Criança teria sido xingada por coleguinhas e ficado de castigo - Arquivo Pessoal
Criança teria sido xingada por coleguinhas e ficado de castigoArquivo Pessoal
Por GUSTAVO RIBEIRO

Rio - 'Chegou quem não devia', 'macumbeira', 'neguinha' e 'pão careca'. Por tais ofensas a uma aluna de 7 anos de uma escola municipal de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a 60ª DP (Campos Elíseos) abriu investigação contra a instituição. Embora o 'bullying' entre crianças não constitua crime, a família da menina acusa o corpo docente de compactuar com a intolerância religiosa e o racismo. De acordo com a família da vítima, a garota teria relatado que foi colocada de castigo sozinha na secretaria do colégio após se queixar dos xingamentos dos coleguinhas.

Segundo a mãe, a menina teria sido castigada pela professora duas vezes por reclamar das humilhações. A última teria acontecido na semana retrasada. "Um coleguinha falou que quando ela voltasse para a escola (após raspar a cabeça em um ritual religioso) seria o 'pão careca' porque já não era bonita. Aí outro falou: 'cuidado, ela vai fazer macumba'. Minha filha foi falar com a professora, que não deu importância e ainda a deixou trancada na secretaria até a coordenadora chegar", acusou.

A mãe disse ainda que a professora 'bateu de ombro' ao ser informada das ofensas. Segundo ela, a ocorrência citaria trechos do Estatuto da Criança e do Adolescente, como "é dever de todos zelar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor". A Polícia Civil não se pronunciou sobre a investigação.

A diretora da escola afirmou que a instituição só foi informada sobre o bullying na semana passada, após uma reunião com a mãe, e se comprometeu em conversar com os pais e alunos. Ela negou a omissão e os castigos. A Secretaria Municipal de Educação ressaltou que defende que o direito da criança seja respeitado e que os fatos devem ser esclarecidos para que os responsáveis sofram as devidas sanções. "Em casos como esses, os pais devem acionar a polícia, pela cumplicidade do ato, e o Conselho Tutelar", orienta Ivanir dos Santos, da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.

 

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