Espécies nativas da Mata Atlântica estão sendo reintroduzidas ao bioma no Parque Nacional da Tijuca (PNT), através do Projeto Refauna. A inciativa das universidades federais do Rio em comunhão com o RioZoo e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, responsável pela administração do parque, reinseriu 14 cutias, que habitavam o Campo do Santana, no Centro do Rio, no início da última semana. A perspectiva do Grupo Cataratas, conjunto de concessionárias que administra o RioZoo, AquaRio, Centro de Visitantes Paineiras e planeja o Refauna é inserir mais espécies em outras unidades de conservação do Estado do Rio de Janeiro.
“A Floresta da Tijuca passou por um processo de desmatamento grave e depois foi reflorestada, mas a fauna não recebeu a devida atenção nesse processo. O objetivo do Refauna é reintroduzir espécies nos locais onde elas tinham sido extintas. Estamos avaliando os planos de manejo de outras unidades de conservação do estado e queremos levar mais espécies para esses espaços”, afirma Fernando Souza, diretor Institucional e de Sustentabilidade do Grupo Cataratas e do Instituto Conhecer para Conservar.
Além das cutias, que já estão na quarta geração e ocupam cerca de 130 hectares a partir do local de soltura, os macacos da espécie alouatta, conhecido como bugios, também foram reintroduzidos. Todos são acompanhados com radiotelemetria. "As próximas espécies a serem reintroduzidas são o jabuti-tinga, seguida da arara canindé", garante Katyucha Von Kossel, analista ambiental do PNT. Ela explica que algumas espécies foram reintroduzidas ao parque na década de 1970, mas poucas investidas tiveram sucesso, com exceção do tucano-do-bico-preto. Na Reserva Ecológica Guapiaçu, em Cachoeira de Macacu, na Região Metropolitana do Rio, antas estão sendo reintrozidas desde 2016 pelo Projeto Refauna. "É um movimento que está em andamento há anos mas demanda cada vez mais atenção.
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Segundo a bióloga Catharina Kreischer, do Refauna, as cutias têm papel fundamental na dispersão de sementes e ajudam a manter a floresta de pé. Após a soltura, elas serão acompanhadas por radiotelemetria e, futuramente, poderão ganhar a companhia de outros animais, como bugios, jabutis e araras.