No vídeo, divulgado pelas redes sociais na semana passada, o ministro faz uma paródia do filme "Cantando na chuva" e diz estar "chovendo fake news". Ele negou haver interferência do ministério na paralisação das obras de recuperação do Museu Nacional. "Haviam (sic) emendas parlamentares de R$ 55 milhões para recuperar o Museu. A bancada do Rio resolveu reduzir em R$ 12 milhões sobrando R$ 43 milhões para as obras. Nada a ver com o MEC."
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada na edição desta segunda-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também criticou a atitude de Weintraub. "Agora, tem rebelião na bancada do Rio. Boa parte vai votar a Previdência com o governo. Atacar a bancada porque botou uma emenda para o museu e a emenda foi contingenciada? Onde estamos?", questionou.
Parte dos 46 deputados da bancada defende uma manifestação pública de Leal exigindo explicações do ministro. Eles acusam Weintraub de "distorcer a informação" ao responsabilizar a bancada pela redução nos valores. "O ministro precisa parar de palhaçada e de mentir para as pessoas e fazer seu trabalho", afirmou o deputado Altineu Cortês (PL-RJ).
Os parlamentares argumentam que o ministro "induz ao erro" ao dizer que a bancada é responsável pela redução. "Não foi a bancada que reduziu os valores. Quem contingenciou foi o governo federal", afirmou Hugo Legal. O coordenador explicou ter recebido uma solicitação do governo para indicar onde poderiam ser enxugados 21% dos recursos das emendas.
Leal afirmou ter optado por um corte linear, a fim de não prejudicar nenhum projeto específico por inteiro. Assim, houve cortes lineares em seis projetos da bancada: três com o Ministério da Educação, um com a Saúde, outro com a Justiça e um último com a Infraestrutura. Do total de R$ 169,6 milhões em emendas, foram mantidos R$ 132,9 milhões.
O pedido de retratação já foi discutido em grupos de WhatsApp da bancada, mas Leal pretende se reunir nesta semana com os colegas antes de cobrar oficialmente o ministro.
Ministério
O Ministério da Educação rebate as críticas dos deputados alegando que "o contingenciamento em emenda para Museu Nacional não foi aplicado pelo MEC". O órgão diz que o bloqueio dos R$ 11,9 milhões em emenda destinada ao Museu Nacional "foi realizado pela bancada do Rio de Janeiro na Câmara dos Deputados". "Tal procedimento não é da competência do Ministério da Educação."
"Todas as emendas impositivas foram contingenciadas pelo governo federal, conforme legislação. Os parlamentares e suas bancadas escolhem em quais emendas de suas competências vão priorizar", diz nota do MEC. "No entanto, até o momento, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - responsável pelo Museu - não apresentou o plano de trabalho para o início das obras, ou seja, o valor disponibilizado só será liberado após a conclusão e aprovação do plano", completa.