Fabiano Batista Santa Bárbara deixou o Salgado Filho no fim da manhã - Gilvan de Souza / Agência O Dia
Fabiano Batista Santa Bárbara deixou o Salgado Filho no fim da manhãGilvan de Souza / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - Os familiares de Gelson Lourenço da Silva, 47, e Fabiano Batista Santa Bárbara, 41, disseram que os dois demoraram mais de cinco horas para serem atendidos no Hospital Municipal Salgado Filho. Eles foram levados para à unidade de saúde do Méier, na Zona Norte do Rio, após terem sido baleados em uma tentativa de assalto a um ônibus em Campinho, na Zona Oeste, por volta das 4h30.
De acordo com os parentes dos dois, eles aguardaram atendimento no corredor do hospital por causa de uma falta de médicos e de macas na unidade.
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"Agora que ele vai receber atendimento, dez horas da manhã, desde aquela hora do acidente", reclama a irmã de Fabiano, a dona de casa Ana Lúcia Batista Santa Bárbara, 44. "Colocaram no soro e deram remédio porque ele tava gritando de dor, mas fora isso".
Por volta das 10h40, Fabiano, que trabalha em um supermercado no Riachuelo, deixou o Salgado Filho, com uma atadura no local do tiro. Ele estava sentado em uma maca e foi levado de carro para procurar por um hospital particular.
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"Não fizeram nada, só colocaram esse pano aqui", ele apontou para a atadura na coxa direita.
Procurada pelo DIA, a Secretaria Municipal de Saúde informou que enquanto esteve na emergência do Salgado Filho, Fabiano "foi medicado e passou por avaliações pelo cirurgião geral, pelo cirurgião ortopédico e pelo cirurgião vascular, além de fazer exames de imagem, que descartaram lesões graves em quaisquer estruturas importantes do corpo".
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Sobre o atendimento a Gelson, a secretaria disse que ele "foi medicado, passou por avaliação do neurocirurgião, antes e depois de realizar exame de tomografia computadorizada, que descartou lesões encefálicas ou neurológicas. O paciente permanece em observação e passará ainda por avaliação do cirurgião bucomaxilofacial e procedimentos indicados".
"É importante lembrar que a Emergência do Hospital Salgado Filho atende por classificação de risco, em que os casos de maior gravidade são atendidos com prioridade, e os de menor risco, na sequencia. O tempo passado por um paciente na Emergência é o necessário para passar por avaliações médicas, exames indicados, medicação e observação clínica, procedimentos necessários para descartar lesões mais graves", a pasta acrescenta.
Fabiano foi atingido na coxa direita - Gilvan de Souza / Agência O Dia

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POR UMA SEMANA
Se o assalto ao ônibus tivesse acontecido há uma semana certamente Gelson não teria sido uma das vítimas. É que até então o motorista de ônibus, que foi baleado na boca, estava indo para o trabalho de carro. O pedido para que ele deixasse o veículo em casa foi feito pela esposa.
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"Eu pedi porque ele mudou de horário, passou a trabalhar mais cedo e disse que seria mais seguro", conta a cuidadora de idosos, que prefere não se identificar.
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Morando em Vila Valqueire, a poucos metros do local do crime, a mulher diz que o marido pegou o ônibus por volta das 4h20. No Hospital Salgado Filho, ele mandou um áudio para ela, mas como estava dormindo só chegou a ouvi-lo depois.
"Por volta das 6h10 fui acordada por um bombeiro dizendo que era para eu ir ao Salgado Filho porque meu marido tinha sofrido um acidente. Chegando lá é que fui saber que ele tinha sido baleado e ouvi o áudio", relembra.
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A mulher diz que o tiro que atingiu Gelson está alojado em sua boca. Por volta das 10h, ele estava no setor de trauma da unidade. Ela informou ainda que ele será transferido para um hospital particular de Madureira.
A dona de casa Ana Lúcia Batista Santa Bárbara acompanhou o irmão Fabiano no Salgado Filho - Rafael Nascimento / Agência O DIA