Por volta das 19h, os dois portões da Cidade da Polícia foram fechados com cadeados. Ninguém poderia entrar ou sair. Isso fez com que o boato de que o depoimento havia sido transferido perdesse força e, mães que estavam esperando o craque com filhos de colo, voltaram a se aglomerar no portão principal da unidade.
"Neymar vai chegar, quero um autógrafo para o meu filho, sei que ele é inocente", afirmou Jandira Gomes, moradora do Jacarezinho, comunidade localizada na frente do local que reúne as delegacias especializadas da Polícia Civil.
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Eram 19h15 quando uma van cinza, com vidros cobertos por insulfilm começou buzinar pedindo passagem. Crianças e jovens começaram a empurrar o veículo, que era conduzido por dois PMs à paisana, responsáveis pela segurança particular do jogador.
Com a passagem bloqueada, o veículo recuou e foi para uma entrada lateral. A multidão, segurando celulares e em histeria, gritava atrás, em uníssono "Neymar, Neymar" e "força".
Ao descer do veículo, o jogador pediu muletas. Indagado pelo DIA se sabia que era crime a divulgação das imagens íntimas, não quis responder. Um meio sorriso surgiu em resposta ao que ele achava do carinho dos fãs que foram recepcioná-lo.
A imprensa o cercou rapidamente e policiais civis foram ajudar na sua locomoção. Uma cadeira de rodas foi oferecida ao jogador, que aceitou.
Ao entrar no prédio o empurra-empurra dos jornalistas quase derrubou a fachada de vidro da DRCI. Um cinegrafista teve os óculos pisoteados.
Dentro da unidade, delegados de outras unidades agiram como guarda-costas do jogador e impediram a entrada dos repórteres.
Ao lado de dois advogados, o jogador começou a prestar seu depoimento, que durou 1h30.
Alguns policiais começaram a reclamar da demora da abertura dos portões, que foram fechados para evitar a entrada da multidão. Eles foram proibidos de sair do local. Outros, queriam filmar recados do ídolo para os filhos.
O jogador concedeu uma breve declaração ao sair. "Queria agradecer aos fãs, amigos. Obrigado pelo carinho! Só queria agradecer o carinho de todos", disse, se equilibrando nas muletas, antes de entrar na van para ir embora.
A advogada, Maíra Fernandes, afirmou que o inquérito segue sob segredo de justiça e que não poderia dar detalhes, como se o celular havia sido apreendido. "Estamos absolutamente confiantes da inocência dele", declarou.