Homem que atropelou manifestantes em Niterói presta depoimento
Carro do atropelador passou por perícia. Fisioterapeuta não ficou preso e vai responder em liberdade por tentativa de homicídio
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - O fisioterapeuta André Luiz da Cunha Serejo, de 46 anos, prestou depoimento no final da tarde desta sexta-feira, na 76ª DP (Niterói). O homem atropelou cinco manifestantes em Niterói, na manhã de sexta-feira, durante a greve geral contra a Reforma da Previdência e o contingenciamento de recursos da Educação que aconteceu em todo o país.
Após prestar depoimento, Serejo foi liberado. O fisioterapeuta vai responder em liberdade por tentativa de homicídio. O DIA apurou que o delegado Claudio Otero Ascoli só vai dar juízo de valor após a conclusão das investigações, que deve ficar pronta daqui a 20 dias.
Outras pessoas estão sendo esperadas para prestarem depoimentos nos próximos dias. A Polícia Civil informou o que o motorista compareceu espontaneamente à delegacia, após receber atendimento médico, mas não disse o que ele falou em sua defesa, apenas que o atropelador apresentou "sua versão dos fatos".
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Segundo a PM, o automóvel, que está no nome de um fisioterapeuta, foi encontrado com o vidro traseiro quebrado, além de outras avarias na lataria. Os policiais foram até o local após receberem informações do Disque Denúncia. No final da noite da sexta-feira, um reboque da PM deixou o carro na 76ª DP (NIterói).
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Multas por várias infrações
No sistema de multas da Prefeitura do Rio, o veículo consta com seis multas no período de 2007 até 2010, sendo três gravíssimas. Entre as infrações registradas há avanço de sinal vermelho, ultrapassagem de parada obrigatória e excesso de velocidade.
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Segundo a Prefeitura de Niterói, as câmeras do sistema de segurança da cidade identificou a placa e as características do veículo e encaminhou as imagens à Polícia Civil.
Vítimas prestam depoimento
Durante o ato, cinco pessoas foram atropeladas. Entre elas a professora universitária Kate Lane Costa de Paiva, de 32 anos. Segundo a docente, o motorista do carro que atingiu os manifestantes sabia e tinha consciência do que estava fazendo. O carro passou por cima da perna da professora. "Estávamos fechando a rua e o carro vermelho viu as pessoas que estavam parando o trânsito. Ele estava parado no sinal e de repente ele resolveu avançar para cima das pessoas", lembra a mulher. "Ele viu o que ia acontecer. Ele quis arrastar as pessoas, e, foi isso que ele fez", completa a professora universitária.
Kate Lane e um dos alunos feridos prestaram depoimento. Ambos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal para realizar exame de corpo de delito.
Além de Kate, também ficaram feridos a professora Marinalva Olivera, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e outros três alunos, segundo a Associação de Docentes da Universidade Federal Fluminense (Aduff). Em nota, a Aduff repudiou o atropelamento. O presidente da associação Carlos Augusto Junior afirmou que o episódio é "inaceitável".