Deputada federal Flordelis (PSD-RJ) fala sobre morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, dentro da casa do casal em Niterói - Estefan Radovicz / Agência O DIA
Deputada federal Flordelis (PSD-RJ) fala sobre morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, dentro da casa do casal em NiteróiEstefan Radovicz / Agência O DIA
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - A cantora e deputada federal (PSC-RJ) Flordelis, que perdeu assassinado o marido, o pastor Anderson do Carmo, falou publicamente na tarde deste domingo pela primeira vez sobre o crime, ocorrido dentro de casa do casal em Pendotiba, Niterói, durante a madrugada. Ela destacou que o companheiro morreu para salvar a família e que agora os mais de 50 filhos ficaram órfãos.
"Mais uma violência, mais uma tentativa de assalto frustada que acabou na morte do meu marido. Essa violência que está imperando em nosso estado tem que acabar, tem que ter um jeito, do jeito que está não pode continuar. Quantos mais inocentes terão que morrer? São 55 filhos agora sem pai", desabafou, chorando muito. 
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Flordelis contou que ambos tinham saído para uma confraternização. O pastor foi até a garagem quando foi surpreendido e teria lutado para impedir a entrada dos criminosos. Ela destacou que eles não possuem arma dentro de casa.
"Eu só fui dar um passeio com meu marido, mais nada. Um passeio que acabou dessa forma, perdendo a vida para tentar proteger a casa, a família. O que ele tentou foi evitar que abrissem o portão da garagem e entrassem na casa. Ele sacrificou a vida dele para proteger a família, não permitindo que eles entrassem dentro de casa", contou, aos prantos.
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No começo da tarde deste domingo, Flordelis deixou sua casa em direção a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) para prestar depoimento. Ela é a principal testemunha do assassinato do esposo. Mais cedo, quatro filhos do casal já haviam prestado esclarecimentos à polícia.
A deputada federal permaneceu por mais de quatro horas na especializada. Ela deixou a DHNSGI por volta de 17h35. O DIA apurou que por várias vezes a cantora chorou ao lembrar do fato e precisou parar o depoimento.
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"A investigação está em aberto. Estamos ouvido varias pessoas me o que podemos afirmar é que não houve latrocínio (roubo antes dele ser executado)", disse Bárbara Lomba, titular da DHNSGI.
Segundo informações, o pastor Anderson do Carmo de Souza, de 42 anos, foi executado com pelo menos 15 tiros minutos depois de chegarem na residência. Ele chegou a ser socorrido pelos familiares para o Hospital Niterói D'Or, no bairro Santa Rosa, mas não resistiu aos ferimentos e já deu entrada morto na unidade particular. 
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Os familiares falaram à polícia que eles voltavam de uma confraternização e no bairro São Francisco a deputada teve a sensação de estar sendo seguida por duas motos. Quando já estavam em casa, o marido foi até a garagem buscar algo que havia esquecido no carro. Neste momento, ele foi executado pelos criminosos, que usavam touca ninja. O veículo da família, um Honda Accord LX, também foi atingido pelos disparos e o cachorro da da família foi dopado pelos atiradores.
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Ao DIA, um amigo da família contou que Anderson e Flordelis haviam acabado de chegar de uma confraternização em São Francisco, quando três criminosos invadiram a casa. "O Daniel (um dos filhos) disse que ouviu os primeiros quatro primeiros tiros e logo em seguida a rajada", lembrou o homem, que acrescenta que o crime aconteceu por volta de 3h30.

Galeria de Fotos

Anderson do Carmo e Flordelis Reprodução
Anderson do Carmo e Flordelis Reprodução
Anderson do Carmo e Flordelis Reprodução
Anderson do Carmo e Flordelis Reprodução
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Desavença familiar por causa de dinheiro pode ter motivado execução
Uma desavença familiar pode ter motivado o assassinato do pastor Anderson do Carmo de Souza, de 42 anos, marido da deputada federal Flordelis (PSD). Execução é a principal linha de investigação da polícia, mas outras linhas não foram descartadas pelos policiais.
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A DHNSGI já sabe que antes da ação dos criminosos, um dos cachorros da família foi dopado para não alertar os vizinhos durante a ação dos assassinos. Os agentes já sabem também que pelo menos três homens, encapuzados, participaram do crime.

"Houve uma desavença entre o Anderson e um parente por conta de dinheiro. Essa briga causou um racha e essa é a nossa principal linha de investigação", disse um agente ao DIA.