Vladimir Guimarães Ferreira é apontado pela Polícia Civil como chefe da milícia de Austin - Divulgação
Vladimir Guimarães Ferreira é apontado pela Polícia Civil como chefe da milícia de AustinDivulgação
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - Um ex-policial militar apontado pela Polícia Civil como chefe da milícia de Austin, entre Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense, foi preso nesta sexta-feira por agentes da 58ª DP (Posse). Vladimir Guimarães Ferreira foi preso no bairro São Cristóvão, em Queimados, após uma perseguição policial.
O homem vinha sendo monitorado pela 58ª DP (Posse) após a Justiça expedir um mandado de prisão preventiva por crimes de constituição de milícia e extorsão qualificada. Segundo as investigações, Ferreira era ligado ao vereador de Queimados Davi Brasil Caetano (Avante), preso na última quinta-feira, acusado de ser líder de um grupo paramilitar em Queimados.

Segundo a Polícia Civil, Ferreira foi expulso da PM em razão de suas atividades criminosas — como exploração de gás, TV a cabo pirata, cestas básicas e extorsões. O homem é acusado também de ser o mandante de dezenas de assassinatos em Austin, junto com William Pinheiro Machado, o Cara de Trem, preso em abril por policias da 58ª DP (Posse).

De acordo com as investigações, os homens atuavam como um grupo de extermínio, enfrentando-se mutuamente e também decidindo “fazer justiça com as próprias mãos”. Em suas ações, eles se autodenominavam “justiceiros”, com o fim de eliminar traficantes de drogas e usuários ou dependentes químicos. Para a polícia, todos os homicídios na região são atribuídos ao grupo, contando com orientação e respaldo do vereador, que é policial militar.

Vladimir Guimarães era conhecido pela crueldade na prática de seus crimes — praticados a luz do dia, demonstrando total desprezo pelas vítimas e pelas investigações. "Os crimes aconteceram na limítrofe dos municípios. Eles mataram muitas pessoas naquela região. Esses crimes estão sendo investigados pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF)", afirmou o delegado Felipe Cury, chefe do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB).

Contra Ferreira já existia um mandado de prisão em aberto por homicídio duplamente qualificado, em que foi condenado a 16 anos de prisão. "Os números de crimes na Baixada Fluminense, e em específico na região de Austin, estão reduzindo porque estamos trabalhando para prender pessoas ligadas a grupos paramilitares", salientou Cury.