De acordo com Cleiton Rodrigues, secretário de Governo e Relações Institucionais, as ações de ordenamento têm como base de dados o programa Segurança Presente. O secretário pediu, ontem, durante reunião com representantes da rede hoteleira, o apoio do segmento. Ele adiantou que outras categorias da iniciativa privada serão procuradas pelo estado. “Pedimos à inciativa privada que nos ajude a comprar vagas em hotel ou algum tipo de clínica. O apoio da iniciativa privada e da sociedade é fundamental”, disse o secretário, informando que o projeto seguirá adiante mesmo sem a parceria da rede privada: “Não vamos ficar na beira do caminho vendo o trem passar”. O vice-presidente do SindHotéis, José Bouzon, que participou da reunião, disse que o segmento vai apoiar o governo assim como já fez com a prefeitura. “Nós já doamos cobertores, lençóis e colchões para os abrigos do município. Também ajudamos a reformar uma delegacia. A receita do nosso segmento está em torno de 30% a menos do que há quatro anos, mas estamos dispostos a ajudar”, garantiu Bouzon.
Conforme o secretário, as atividades de ordem urbana serão feitas com “humanização”. Para isso, garante, vários órgãos e secretarias do estado estão envolvidas neste projeto. Entre elas, as secretarias de Saúde e Assistência Social. A prefeitura também demonstrou interesse em ajudar o estado: “Queremos trabalhar na
porta de saída dessas pessoas, dando oportunidade de trabalho”.
Das ruas para o Palácio
O ex-morador de rua e ex-dependente químico, Léo Motta, de 38 anos, que transformou sua experiência vivendo nas ruas do Rio no livro “Há vida depois das marquises”, foi recebido ontem no Palácio Guanabara pelo governador Wilson Witzel. Ele também participou de uma reunião com Cleiton Rodrigues, secretário de Governo e Relações Institucionais.
A história de superação de Léo foi relatada na edição de sexta-feira de O DIA. Na ocasião, ele e outros moradores de rua rechaçaram a internação forçada proposta por Witzel. No encontro, pela manhã, ele contou a sua trajetória. A solução para a dependência de Léo veio por uma comunidade terapêutica. Depois de viver seis meses na rua, ele procurou a ajuda de agentes do Centro Presente, que o indicaram para a Associação Solidários Amigos de Betânia, em Jacarepaguá.
“Escutei do próprio governador que ele não pretende ‘limpar’ a cidade jogando as pessoas num canto. O governador disse que quer cuidar de quem já perdeu o sentido da vida”, contou Léo que, depois de 40 minutos reunido com o secretário, conversou por 15 minutos com Witzel.