Leandro Vieira assinará desfile da Imperatriz Leopoldinense, em 2020. "Abrir os portões é maravilhoso, mas tenho pé atrás com o prefeito", disse
 - Luciano Belford
Leandro Vieira assinará desfile da Imperatriz Leopoldinense, em 2020. "Abrir os portões é maravilhoso, mas tenho pé atrás com o prefeito", disse Luciano Belford
Por O Dia
No ápice da carreira após conquistar seu segundo campeonato pela Mangueira, o carnavalesco Leandro Vieira, 35 anos, vai encarar um desafio duplo em 2020: além da Verde e Rosa, assinará também o
desfile da Imperatriz Leopoldinense, rebaixada para a Série A, depois de uma fracassada tentativa de virada de mesa.
O convite partiu do presidente da escola, Luiz Pacheco Drummond, o Luizinho, na segunda-feira. E já foi definido até o enredo da Verde e Branco. Leandro optou por reeditar a homenagem de 1981 ao compositor Lamartine Babo.
O desfile, do carnavalesco Arlindo Rodrigues, rendeu o Bicampeonato para a Imperatriz. O título ‘O teu cabelo não nega’, entretanto, foi modificado para ‘Só dá Lalá’, um dos versos mais lembrados do samba.
“Não é um título que cabe mais (o de 1981), não dá para continuar reforçando estigmas em 2020”, explica Leandro. “Nunca pensei em reeditar um enredo. Mas, diante do tempo hábil, foi a melhor escolha. Lamartine é um banho de alegria e a Imperatriz precisa disso agora”.
A relação com Ramos não é nova. Em 2013 e 2014, Leandro foi o responsável pelos figurinos da agremiação. Ele também é fã declarado de Rosa Magalhães, carnavalesca da Imperatriz por 17 anos. “Foi aqui que descobri que sabia desenhar figurinos.
Ocupar um lugar que já foi de Rosa é desafiador e motivo de muito orgulho”, conta.  O primeiro Carnaval assinado por Leandro, na Caprichosos de Pilares, em 2015, teve ainda o abre-alas constituído por doações da Imperatriz. O apadrinhamento da agremiação, aliás, vai bem. Vieira já indicou o amigo Bruno de Oliveira para carnavalesco e ajuda a conseguir materiais para o desfile da Caprichosos, há dois anos fora da folia.

‘Prometo dedicação total’
Para Leandro, dividir o tempo entre as duas agremiações não é motivo de preocupação, mas sim de otimismo. “A diretoria da Mangueira conhece meu trabalho e não tem dúvidas que dou conta. E mais: jamais assumiria essa responsabilidade se não conseguisse. São dois caminhos diferentes que me fazem exercitar todas possibilidades como artista.
Nada muda na minha maneira de trabalhar. Só vou trabalhar mais, me gera maior potencial artístico. Preciso e quero isso, tenho essa energia e muitas ideias”, defende ele.
O carnavalesco não acredita ser uma pressão trazer de volta a Imperatriz ao Grupo Especial. “Nunca prometi campeonato para ninguém. Prometo dedicação total, empenho, colocar minha criatividade e talento a serviço da escola. A vitória é resultado, não penso nessa responsabilidade, mas sim fazer o meu melhor”,
finaliza Vieira.

* Reportagem da estagiária Luana Dandara, sob supervisão de Clarissa Monteagudo