Mandado de prisão foi expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, a partir de um pedido do Ministério Público Federal (MPF). Empresário foi preso em casa no Jardim Botânico, onde cumpria prisão domiciliar
Por O Dia
Rio - O empresário Eike Batista foi preso na manhã desta quinta-feira em mais uma fase da Lava Jato, denominada operação Segredo de Midas. O mandado de prisão foi expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, a partir de um pedido do Ministério Público Federal (MPF).
A Polícia Federal (PF) ficou parte da manhã na casa de Eike, que só seguiu para a superintendência da PF, na Zona Portuária, por volta das 10h20. Os agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do empresário e nos endereços de seus filhos Olin e Thor, além doo executivo do Grupo X José Gustavo de Souza.
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Eike foi preso em casa, no bairro do Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, onde cumpria prisão domiciliar desde 2017, quando foi preso em janeiro na Operação Eficiência. Em abril do mesmo ano, após decisão do ministro do STF Gilmar Mendes, ele deixou o Complexo de Gericinó, em Bangu, para cumprir prisão domiciliar. Após a decisão de Mendes, a Justiça Federal no Rio determinou a prisão domiciliar e aplicou uma fiança de R$ 52 milhões para ter o benefício.
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Ainda em 2017, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu substituir a prisão domiciliar de Eike por medidas menos graves, como o recolhimento domiciliar no período noturno e nos feriados, o comparecimento periódico em juízo, a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição e deixar o país e a entrega do passaporte.
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Em julho de 2018, Eike foi condenado por Bretas a 30 anos de prisão e ao pagamento de multa de R$ 53 milhões pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, acusado de pagar propina de US$ 16,5 milhões (cerca de R$ 60 milhões) ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral, em troca de participação em grandes empreendimentos do Estado. O empresário recorre da decisão em liberdade.
Um mandado de prisão também foi expedido contra o contador de Eike Batista, Luiz Arthur Andrade Correia, o Zartha. Entretanto, ele está no exterior. No total, são quatro mandados de busca e apreensão em desfavor dos alvos da operação Segredo de Midas.
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A defesa de Eike Batista, representada por Fernando Martins, disse que vai entrar com recurso contra a prisão após ter acesso aos autos do processo. "Certamente essa nova ordem de prisão, assim como a anterior, carece de amparo legal", disse em nota.
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Operação tem como base delação premiada
A operação está relacionada à delação premiada de Eduardo Plass. O banqueiro foi alvo da operação "Hashtag", em agosto de 2018, e estaria ligado a esquema de corrupção envolvendo o ex-governador do Rio Sérgio Cabral e Eike Batista, segundo a investigação.
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A decisão de Bretas indica que o Tag Bank e a empresa The adviser investments, controladas pelo colaborador, foram supostamente utilizados "para sediar as empresas fantasmas utilizadas por Eike e Luiz Arthur com a finalidade de manipular o mercado de ativos mobiliários a fim de gerar capital para sustentar o esquema criminoso de pagamento de propina da organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral".
No mês passado, alguns bens do empresário foram negociados em leilão da 3ª Vara Criminal do Rio. A famosa Lamborghini Aventador branca e a lancha "Spirit of Brazil" de Eike, considerados os bens de maior valor arrestados pela Justiça pelos crimes cometidos no âmbito da Lava Jato, foram vendidos por R$ 1,4 milhão e R$ 1,9 milhão, respectivamente.
Também em julho deste ano, Eike Batista fez sua estreia como palestrante em um evento para empreendedores em Florianópolis. Desde o início de 2018, o empresário posta vídeos em seu canal do youtube, que conta com 146 mil inscritos atualmente.