A depressão é uma das doenças mentais que mais atinge os idosos - FOTOS DE Estefan Radovicz
A depressão é uma das doenças mentais que mais atinge os idososFOTOS DE Estefan Radovicz
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - Duas vezes por mês, sempre às terças-feiras, o casal Cid de Araújo, 88 anos, e Alice da Cruz Araújo, 83, sai de casa, no Santo Cristo, embarcam no VLT e descem no Centro. É ali que os aposentados recebem de graça cerca de 11 tipos de remédios que custariam até R$ 100 cada caixa. É que no local funciona, há 33 anos, que distribui para 3,6 mil pessoas, na grande maioria idosos que não têm condições para pagar, mais de 50 tipos de medicamentos.
Os remédios são doados por instituições como clínicas médicas, empresas e pessoas físicas, e passam por uma triagem para que seja avaliada a validade. Em seguida, os medicamentos são disponibilizados na Asaprev-RJ. "Eu pego mais de cinco remédios por mês. Não fosse a associação, gastaria R$ 400 mensais e faria falta no meu orçamento. Só um deles custa R$ 75. Não teria condições de comprar todos os medicamentos", conta Cid de Araújo, que após um infarto passou a usar marcapasso.
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Assim como ele, a esposa também é uma das beneficiadas pela associação. "Tomo seis tipos de remédios diariamente. Pressão e artrose são alguns deles. A salvação é vir aqui. Não poderia comprar, porque os remédios são muito caros", afirma Alice Araújo. Segundo ela, se eles fossem obrigados a pagar todos os medicamento que precisam, gastariam mais de R$ 1,2 mil por mês. "Fico muito feliz em conseguir pegar aqui. Graças a Deus existem pessoas boas e instituições que pensam nas pessoas", destaca.
Sem fim lucrativos, o Banco de Remédios da Asaprev-RJ foi criado por Jorge Victor Crampes, em 1985, e até hoje tem como principal objetivo defender os direitos dos idosos. Presidente da Asaprev-RJ, Ronaldo Menezes explica que qualquer pessoa física ou jurídica pode fazer doações de medicamentos. "Nós recebemos todo tipo de remédio, independente deles serem utilizados pelos associados que estão na facha da terceira e quarta idades", conta Menezes. 
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TRABALHO VOLUNTÁRIO
O trabalho de recebimento e triagem para verificar a validade dos remédios que são doados à Asaprev-RJ é feito por voluntários. Entre eles, Eunice Araújo Pompeu Dias, de 64 anos, há oito responsável pela farmácia.
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"Os remédios que mais saem são os de pressão, colesterol e diabetes. Além dos de artrose e cálcio", revela Eunice, acrescentando a relevância da instituição para a vida dos idosos. "A importância desse trabalho é fundamental. Muitos não teriam condições de comprar uma caixa de remédio", adverte.
Outro voluntário da farmácia é Estélio Dias, de 75 anos. Marido de Eunice, ele conta que foi a própria esposa que o incentivou a ser voluntário na Asaprev-RJ. Segundo Estélio, na farmácia há remédios que podem chegar a custar R$ 200 a caixa. "Vários idosos chegam aqui com receitas com cinco, seis ou até sete medicamentos. Isso pesa no bolso do paciente. Aqui, eles conseguem ter alento", aplaude.
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APOSENTADOS E PENSIONISTAS DEVEM FAZER INSCRIÇÃO
Para se associar à Asaprev-RJ é necessário ser aposentado ou pensionista do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Na inscrição, é preciso levar duas fotos 3x4, documentos de RG e CPF, comprovante de renda e também pagar uma taxa trimestral, que varia de R$ 11 a R$ 16, dependendo da renda do aposentado.
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De acordo com Ronaldo Menezes, presidente da Asaprev-RJ, o Shopping 45, na Praça Seans Peña, na Tijuca, tem um posto de recolhimento de sobras de remédios. Os medicamentos podem ser entregues na administração do centro comercial, que trabalha em parceira com a entidade.