Hospital Badim, no Maracanã, passa por perícia nesta sexta-feira - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Hospital Badim, no Maracanã, passa por perícia nesta sexta-feiraReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Por Rachel Siston*
Rio - O paciente Sérgio de Oliveira Russo, de 75 anos, foi um dos primeiros a serem socorridos do incêndio que atingiu o Hospital Doutor Badim, na Tijuca, Zona Norte, na tarde de ontem. O idoso estava internado há 18 dias no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da unidade e tinha passado por dois procedimentos cirúrgicos nos últimos cinco dias. Ele precisou ser resgatado por três pessoas, por não conseguir se locomover.

A filha da vítima, a auxiliar administrativa Luciane Costa Russo, 45, conta que recebeu uma ligação informando que seu pai havia sido resgatado e estava na rua. Acreditando se tratar de uma brincadeira, ela pediu para falar com o pai, que confirmou a situação.

"Uma pessoa da rua me ligou para contar, na hora eu não acreditei, mas a pessoa disse que estava com ele e perguntou se eu podia ir para lá. Falei com ele no telefone e ele disse que a vontade dele era de correr para casa, mas ele não consegue levantar. Eu chorei muito", lembra Luciane, que teve dificuldades para encontrar o pai.

"Quando eu cheguei ele não estava no local que me falaram, estava em uma creche. A gente ficou de mãos atadas, não tinha notícias, ninguém falava nada, não deixavam a gente entrar na creche. Só depois é que eu fui encaminhada para o hosptial. Mas eu não sei como fizeram, porque ele estava com a femoral aberta, a jugular aberta, cheio de fios."

O idoso foi encaminhado para o Hospital Quinta D'Or, em São Cristóvão, também na Zona Norte, e recebe tratamento na unidade semi-intensiva.

"Ele está lúcido, mas não sabe muito bem o que aconteceu, a gente teve que contar algumas coisas para ele. Agora ele ta na semi-intensiva, sendo tratado e a gente não sabe como vai ser porque os exames ficaram todos lá. Mas, eu sinto alívio, muito alívio, não tem nem explicação para o que estava se passando na minha cabeça. Na hora, fiquei desesperada, porque ele com um derrame na pleura e inalando aquela fumaça, e tinha colchão caindo, máscara caindo, as pessoas jogando as coisas pela janela. Foi um confusão", relata a auxiliar administrativa.
*Estagiária sob a supervisão de Maria Inez Magalhães