Peritos chegam ao Hospital Badim, na Tijuca, Zona Norte do Rio, neste sábado, para retomar os trabalhos de identificação das causas do incêndio - Marina Cardoso / Agência O Dia
Peritos chegam ao Hospital Badim, na Tijuca, Zona Norte do Rio, neste sábado, para retomar os trabalhos de identificação das causas do incêndioMarina Cardoso / Agência O Dia
Por Gustavo Ribeiro e Marina Cardoso
Rio - A Polícia Civil encerrou, por volta de 10h30 deste sábado, o segundo dia consecutivo de perícia no Hospital Badim, no Maracanã, na Zona Norte do Rio. O trabalho, realizado por seis peritos, durou cerca de duas horas, e confirmou que o incêndio teve realmente origem em um dos geradores localizado no subsolo do prédio mais antigo da unidade de saúde. Diversas peças foram retiradas do gerador para permitir aos investigadores concluir o que provocou o fogo.
O delegado-titular da 18ª DP (Praça da Bandeira), Roberto Ramos, informou que os peritos devem voltar ao local na próxima semana, acompanhados da empresa responsável pela manutenção do gerador, para retirar uma peça restante. O trabalho teve que ser interrompido ontem por causa da quantidade de água presente no subsolo. Bombas de sucção foram usadas para fazer a drenagem.
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"Foi finalizada a perícia. Deu para perceber que realmente o problema foi no gerador. Os técnicos, através de uma análise, verificaram que o problema foi no gerador. Apenas vamos preservar o gerador, porque nós temos que retirar uma peça do gerador para fazer um teste de bancada, e (isso ocorrerá) somente com a ajuda da empresa que faz a manutenção do gerador, porque eles têm as peças adequadas", afirmou o investigador.
Roberto Ramos adiantou que outras pessoas importantes para as investigações prestarão depoimento na segunda-feira. Ele não confirmou quantas testemunhas serão ouvidas na data, mas já se sabe que entre elas estarão os dois primeiros brigadistas a chegarem ao local do incêndio. Ontem, dois eletricistas do hospital foram ouvidos.
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O investigador também já havia dito que qualquer suspeita de evento criminoso seria prematura. Outras questões precisam ser esclarecidas, como por que a fumaça se propagou entre os andares e se havia rota de fuga e plano de escape no hospital.
Paciente relata como escapou do incêndio
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Ana Lucia Armando, de 57 anos, mora nas redondezas do Hospital Badim e estava internada na unidade médica há 8 dias quando aconteceu o incêndio. Ao ver a imprensa na porta do hospital, neste sábado, Ana Lucia decidiu contar como conseguiu escapar da tragédia.

"As meninas da enfermagem nos avisaram de um incêndio e foi pedindo pra gente sair do prédio devagar. Quando abriram a porta que a gente viu a proporção da fumaça, que era muita. A gente não tinha noção do que estava acontecendo. A gente não tem noção da proporção da coisa. Só tive noção quando vi aquela quantidade de gente na rua e o que estava acontecendo", revelou.
"Meu marido veio me buscar e fui liberada para ir para casa, mas, no dia seguinte, fui para o Hospital Israelita fazer exame de raio X. Eu ainda não estou de alta, mas estou em casa”, disse Ana Lucia, que voltava do mercado quando conversou com os repórteres na porta do Hospital Badim.
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Questionada sobre a presença de brigadistas no interior do hospital, Ana Lucia afirmou: "Não posso falar uma coisa que não vi".