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ARTE O DIA
Por O Dia

Rio - A Polícia Militar bateu ontem a marca de 400 fuzis apreendidos no Estado do Rio somente neste ano. O número representa um recorde desde 2008. Durante todo o ano passado, a PM apreendeu um total de 330 fuzis.

Para o major Raphael Batista, um dos porta-vozes da PM, o número é reflexo de três fatores — mais autonomia da polícia, maior aporte de equipamentos, sobretudo viaturas, além da opção por reforçar as vias expressas. "A maior autonomia que a PM tem na atual gestão nos dá muito mais celeridade para agir. Isso é fundamental e produz resultados", destacou.

A maior parte dos fuzis apreendidos é do tipo AR-15/M16, AK-47, FAL, AR-10 e AR-15. Uma das maiores apreensões deste ano foi durante uma megaoperação no Complexo da Maré, com agentes das secretarias de Polícia Civil e da Polícia Militar. Em um único dia, foram apreendidas 30 armas, sendo 23 fuzis. Este foi considerado o maior saldo operacional registrado na história do Estado do Rio em uma só ação. "É importante frisar que o mesmo armamento custa até cinco vezes mais no mercado negro", explicou Batista.

O major ainda credita o êxito das apreensões ao fato da polícia estar mais equipada neste ano, com veículos comprados durante a intervenção federal, que terminou no ano passado. De acordo com Batista, foram mais de 1,3 mil veículos entregues à corporação só neste ano — 939 sedãs de patrulha e 443 patamos.

Alto valor de mercado

De acordo com a PM, um dos fuzis mais usados no estado, o de calibre 762, tem preço comercial de R$ 7 mil a R$ 10 mil no mercado convencional. Já no comércio ilegal, o valor pode chegar a R$ 50 mil.

Quatro batalhões

Para o antropólogo e especialista em segurança pública, Paulo Storani, ex-oficial do Batalhão de Operações Especiais (Bope), o número de fuzis apreendidos pela PM este ano equivale ao quantitativo de fuzis de quatro batalhões.

"O número é realmente um recorde, mas traduz a dimensão de um grave problema. Ainda não sabemos quantos armamentos como esses, desenvolvidos para militares em guerra, estão na mão de criminosos. Isso é muito grave. O trabalho da polícia é excelente. Mas é necessário que haja uma maior atuação nas rotas usadas pelos criminosos para traficar tais armamentos", diz. "Enquanto a lei for permissiva, mantendo preso por pouco tempo quem porta tais armamentos, essa guerra não vai terminar nunca", completou.

 

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