Por

As duas linhas em operação do VLT transportaram, juntas, cerca de 86 mil passageiros por dia, em setembro. O contrato, firmado pelo ex-prefeito Eduardo Paes, previa demanda diária de 250 mil passageiros depois que as três linhas estivessem funcionando, sendo que o poder público deveria ressarcir a concessionária pelo número de passageiros a menos e pelos calotes. O VLT Carioca estima que, com a inauguração do novo trajeto, 40 mil usuários sejam acrescidos ao sistema, o que elevaria a demanda atual para quase 130 mil pessoas por dia. A expectativa da empresa é alcançar um crescimento gradual, mas assinala motivos que teriam levado aos números menores, como a própria estagnação da Linha 3, a reorganização incompleta das linhas de ônibus do Centro, a falta de ocupação na área do Porto e a crise econômica.

"A Linha 3 do VLT liga o terminal ferroviário da Central do Brasil e o terminal Américo Fontenelle ao Centro. Sua entrada em operação possibilitaria o remanejamento de linhas de ônibus do Centro, facilitando a mobilidade nesta congestionada área do Rio. O VLT deu certo. O índice de inadimplência é menor do que o de outros modais, como o BRT", destacou o engenheiro de Transportes Alexandre Rojas, professor da Uerj.

"A prefeitura tem que entrar em acordo rápido com a concessionária, porque uma obra dessa vai se deteriorando com o tempo e todo dinheiro gasto nesse trecho vai por água abaixo. Senão, quando for retomar, terá que fazer mais obra, vai custar mais caro e a mobilidade fica prejudicada. A rede de VLT era completa. Como não foi concluída, as pessoas passaram a fazer seus trajetos de outras formas. Deveriam refazer o estudo de demanda para poder analisar exatamente como está funcionando e para decidir em bases sólidas e atender as origens e destinos da população", comentou Eva Vider, engenheira de Transportes da Escola Politécnica da UFRJ.

Você pode gostar
Comentários