Para evitar aglomerações, a sugestão é que os clientes usem os canais eletrônicos de atendimento, como o aplicativo Correios, por onde é possível fazer o serviço de pré-postagem e rastreamento - Reprodução
Para evitar aglomerações, a sugestão é que os clientes usem os canais eletrônicos de atendimento, como o aplicativo Correios, por onde é possível fazer o serviço de pré-postagem e rastreamentoReprodução
Por Anderson Justino

Rio - Investigações da Delegacia de Polícia Federal de Niterói constataram um novo método de atuação de criminosos que atuam em um grupo responsável por roubos de mercadorias entregues pelos Correios em bairros de São Gonçalo. Segundo o delegado Enrico Zambrotti, o bando tem abordado funcionários da empresa em áreas próximas a comunidades e utilizam carros roubados ou clonados para dificultar trabalho da polícia. Mais de 80 assaltos por mês são atribuídos à quadrilha, que é formada por pelo menos dez criminosos. Os suspeitos já estão com mandado de prisão em aberto.

De acordo com o delegado, os roubos têm ocorrido, em sua maioria, em bairros com baixo índice de ação policial. Em média, a delegacia recebe denúncias de quatro a sete roubos diários. Ainda segundo Zambrotti, dos dez suspeitos identificados, quatro já estão presos.

"Esses assaltantes costumam atuar em áreas perto de comunidades. Eles agem com bastante truculência e aproveitam o momento de fragilidade dos entregadores. Conseguimos identificar um número considerável de participantes e estamos trabalhando para prender esses assaltantes", disse Zambrotti.

O delegado acrescenta que os criminosos também têm utilizado veículos roubados ou clonados nos assaltos. Tal tipo de atitude é para dificultar o trabalho da polícia. Ainda segundo Zambrotti, é preciso policiamento ostensivo dentro de São Gonçalo para coibir a atuação da quadrilha.

"O uso desses veículos dificulta o trabalho de identificação dos assaltantes. A gente não quer colocar a culpa nos outros órgãos, até porque sabemos das dificuldades que todos enfrentam. Às vezes, eles usam carros com placas trocadas ou até mesmo sem placa. Todos que já foram identificados serão presos a qualquer momento. Isso é questão de tempo", avisou, acrescentando que o crime praticado contra os Correios é de esfera federal e cabe à Polícia Federal investigar os casos.

Funcionários

Segundo Zambrotti, a Polícia Federal investiga se há participação de funcionários dos Correios nos assaltos que têm acontecido em São Gonçalo. "Ainda não identificamos a participação de ninguém que seja de dentro do órgão. A suspeita ocorre por conta da forma que acontece esse tipo de ação criminosa. A gente vai investigar se existe alguma facilitação por parte de quem está nas ruas ou nos centros de distribuições", ressaltou.

Agressões e ameaças

Ainda segundo o Zambrotti, alguns casos acabam sem conclusões por conta do medo das vítimas em denunciar os roubos e as agressões sofridas. "Esses funcionários alegam que podem sofrer ameaças dos bandidos. Como a maior parte dessas pessoas moram no mesmo município, e até mesmo nos mesmos bairros, eles se sentem vulneráveis. A gente agora está evitando colocar nomes e endereços das vítimas nos registros, porque ficamos sabendo que os criminosos, de alguma maneira, têm acesso às ocorrências e vão atrás dos funcionários e parentes", conclui.

 

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