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O sistema de reconhecimento facial auxiliou a Polícia Militar a realizar, ontem, a prisão de número 50 com o uso do equipamento. O nome do preso não foi revelado, assim como o crime pelo qual ele era procurado. A corporação informou que o suspeito foi capturado após ser identificado por uma das câmeras instaladas no entorno do estádio do Maracanã. O sistema é utilizado durante os jogos nos finais de semana.

As câmeras de reconhecimento facial no Maracanã, ao contrário de Copacabana, só são utilizadas em dias de jogos e busca, para além de procurados pela Justiça, identificar torcedores impedidos de entrar no estádio. Segundo a Polícia Militar, o banco de dados que reúne cidadãos com medidas restritivas para ingressar em praças esportivas ainda não foi acoplado ao sistema por questões técnicas e jurídicas, mas isso ocorrerá em breve. O governador Wilson Witzel anunciou, na última sexta-feira, que o entorno do Aeroporto Santos Dumont, no Centro, também receberá câmeras até o fim do ano.

O sistema de reconhecimento facial funciona, em caráter experimental, em Copacabana e no estádio do Maracanã em dias de jogos. Atualmente, a tecnologia identifica pessoas com mandado de prisão e apreensão em aberto, desaparecidas e placas de carros roubados. A expansão para o entorno do Santos Dumont foi definida, segundo a PM, por ser um importante corredor de fluxo de público.

"Estamos avançando no uso de tecnologia para combater o crime. O sistema utilizado pelas nossas forças de segurança está em operação desde março, em Copacabana. Em julho, expandimos o projeto aos acessos do Maracanã em dias de jogos. O entorno do Aeroporto Santos Dumont também receberá essas câmeras até o fim do ano. As imagens, transmitidas em tempo real ao Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), já ajudaram nossos policiais na captura de 49 criminosos", publicou Witzel no Facebook.

A PM não informou o número de câmeras instaladas nem a localização exata de cada uma "por questões estratégicas". Mas adiantou que, até o fim do ano, estarão em operação 140 câmeras.

Investigação

Para apurar falhas e dúvidas sobre o sistema, o Ministério Público Estadual instaurou um inquérito para investigar o programa, conforme informou ontem o colunista de O DIA Cássio Bruno. O órgão quer saber, entre outros pontos, se há "violação do direito fundamental à privacidade".

O mesmo sistema, porém, já falhou. Em julho, uma mulher inocente foi levada para a delegacia de Copacabana após ter sido confundida pelas câmeras com uma assassina.

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