Essa possibilidade será analisada durante a reconstituição do crime, que será realizada na noite desta terça-feira, no local em que a menina foi morta, uma esquina da rua Antonio Austregésilo. A reconstituição começou às 18h40, sob condições de luminosidade semelhantes às do momento do crime.
Cinco testemunhas vão participar da reconstituição, entre elas o motorista da Kombi que transportava Ágatha. Os 12 policiais militares investigados e a mãe de Ágatha, Vanessa Félix, que estava com a menina na hora do crime, não vão participar.
Os policiais usaram do direito de não participar. A mãe passou mal, com picos de pressão alta, e por isso não teve condições de estar presente, segundo o advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado do Rio de Janeiro (OAB-RJ).
"Perto do local tem um poste que apresenta sinais de arma de fogo e é possível que o tiro tenha atingido o poste e desviado até a menina", afirmou, na noite desta terça-feira, o delegado Antonio Ricardo Lima Nunes, diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP) da Polícia Civil do Rio.
Ágatha voltava para casa com a mãe, em uma perua Kombi que faz transporte local. Testemunhas afirmam que o tiro partiu de policiais militares que faziam ronda na comunidade. Os PMs afirmam que havia confronto com criminosos, o que as testemunhas negam.
"Temos 70 policiais envolvidos na reconstituição, entre eles quatro peritos da Delegacia de Homicídios da capital. Vamos fazer as medições e confrontá-las com as versões apresentadas. A ideia da reconstituição é exatamente saber se houve confronto ou não. Ela vai ser feita de acordo com o que as testemunhas afirmaram", disse o delegado.
Segundo Nunes, três blindados fazem a proteção da área, para evitar que criminosos ataquem os policiais durante a reconstituição.