Hospital Rocha Faria - Luciano Belford
Hospital Rocha FariaLuciano Belford
Por Thuany Dossares

Rio - O desejo do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, de devolver a administração dos hospitais Albert Schweitzer, em Realengo, e Rocha Faria, em Campo Grande, ao estado pode afetar milhões de pessoas. Com a negativa do estado em assumir a gestão das duas unidades de saúde da Zona Oeste, o caso pode ser judicializado, interferindo nos investimentos aos hospitais e prejudicando mais de dois milhões de pessoas que buscam atendimento nesses locais, segundo o vereador Paulo Pinheiro (PSOL).

As unidades de saúde foram repassadas ao município, em 2016, quando Eduardo Paes era prefeito.

"A prefeitura passa por uma crise. Gastou mal os recursos arrecadados e, agora, tenta se desvencilhar de algo que não pode ser tratado assim. Isso é um crime contra a população. Lógico que o estado deveria pagar, mas não podem transformar questões de administração pública em briga de governador e prefeito", disse o vereador.

Membro da Comissão de Saúde da Câmara de vereadores, Pinheiro ainda lembrou que, além dos pacientes que podem ser prejudicados, quase quatro mil funcionários terceirizados podem perder seus empregos.

Em junho, o governador Wilson Witzel firmou o compromisso de repassar R$ 6 milhões por mês ao município para serem utilizados nas duas unidades de saúde da Zona Oeste. No entanto, Crivella alegou, por ofício, que esses valores não foram repassados e que daria um prazo de 30 dias para que o estado reassumisse a gestão dos hospitais.

A prefeitura comunicou, por nota, que as duas unidades continuarão funcionando normalmente, e que está confiante no entendimento entre as secretarias municipal e estadual para que a devolução dos hospitais se inicie o mais breve possível.

No comunicado, a Prefeitura diz que "a decisão de devolver as unidades ao governo ocorre depois de várias tentativas do município para que o governo estadual cumprisse o que foi acordado em 2015 e em 2016". De acordo com a nota, ainda, houve uma decisão judicial em 2017 que determinou o pagamento do estado ao município que, em valores atuais, seria de cerca de R$ 70 milhões.

Por fim, o comunicado revela que houve outra tentativa de acordo em junho deste ano, quando o governo do estado anunciou que repassaria R$ 6 milhões por mês como auxílio ao custeio dos dois hospitais, montante que atingiria R$ 72 milhões por ano. "Passados três meses deste acordo, contudo, nenhum repasse foi feito", diz nota da prefeitura.

 

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