Caso Ágatha: revista diz que PMs tentaram pegar bala que atingiu menina; Witzel promete rigor
De acordo com a publicação, após a morte de Ágatha, pelo menos dez policiais invadiram o hospital em que ela tinha sido internada na Penha
Por O Dia
Rio - O governador do estado, Wilson Witzel (PSC), se manifestou sobre a publicação da revista Veja de que policiais militares teriam invadido o Hospital Getúlio Vargas, na madrugada do dia 21 de setembro, para tentar levar a bala que matou a menina Ágatha Félix, de 8 anos, atingida por disparo no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio.
De acordo com a publicação, após a morte de Ágatha, pelo menos dez PMs invadiram o hospital em que ela tinha sido internada na Penha, também na Zona Norte. No entanto, apesar da pressão exercida pelos policiais, a equipe de médicos e de enfermeiros de plantão se recusou a entregar a bala. O projétil foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), responsável pelas investigações.
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No Twitter, Witzel disse que "tudo será apurado com rigor". "Sobre a informação de que policiais militares teriam tentado pegar a bala que atingiu a menina Ágatha, minha posição é firme: tudo será apurado com rigor. Os fatos, se comprovados, são inadmissíveis. Os culpados serão punidos", declarou o governador.
Sobre a informação de que policiais militares teriam tentado pegar a bala que atingiu a menina Ágatha, minha posição é firme: tudo será apurado com rigor. Os fatos, se comprovados, são inadmissíveis. Os culpados serão punidos.
Procurada, a Polícia Civil informou "que não há nada nos autos sobre o fato citado". A Secretaria de Estado de Saúde disse que o projétil que atingiu a menina ficou preservado na unidade desde o momento da entrada da paciente até o recolhimento do projétil pelas autoridades que conduzem a investigação.
Em nota, a Polícia Militar informou que a presença de policiais militares em unidades de saúde checando informações sobre a entrada de vítimas de disparos de arma de fogo faz parte das rotinas de atuação das equipes durante o serviço.
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"Em relação ao episódio em questão, possíveis condutas inapropriadas por parte de membros da Corporação também são objeto de apuração do Inquérito Policial Militar instaurado pela PMERJ e das investigações da Delegacia de Homicídios da Capital sobre o caso", completou a corporação, na nota.
PM que participou de reconstituição é suspeito de ter dado tiro que matou Ágatha
Ainda segundo a TV Globo, é grande a probabilidade de que não tenha havido confronto com criminosos, como alega a PM. Só dois tiros teriam sido disparados, ambos pela polícia, e um deles teria batido em um poste e estilhaços dele atingiram a menina. Os peritos afirmam que, se tivesse sido atingida diretamente pelo tiro, Ágatha teria ferimentos muito mais graves no corpo.
A necropsia encontrou apenas fragmentos de bala, e por isso não conseguiu confirmar com exatidão de que arma veio o disparo. Mas os fragmentos são compatíveis com fuzis, armas que os PMs usavam enquanto patrulhavam a comunidade.