Movimentação dos policiais na Cidade da Polícia, no Jacarezinho  - Divulgação
Movimentação dos policiais na Cidade da Polícia, no Jacarezinho Divulgação
Por Anderson Justino
Rio - A Polícia Civil do Rio foi às ruas na manhã desta terça-feira para prender 46 suspeitos. Os mandados de prisão foram cumpridos em comunidades da capital e nos municípios de São Gonçalo, Maricá, Rio Bonito, Macaé, Campos e Nova Friburgo. Até o fim da operação, 26 pessoas foram presas.
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A Operação Cadeia S/A foi coordenada pela 44ª DP (Inhaúma) para desarticular uma quadrilha comandada por nove chefes do tráfico de drogas da facção Comando Vermelho que cumprem pena em presídios e coordenavam as ações de dentro da cadeia.
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Jonathan de Souza Marinho é um dos presos. Ele havia arrancado a tornozeleira eletrônica Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Jonathan de Souza Marinho é um dos presos. Ele havia arrancado a tornozeleira eletrônica Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Jonathan de Souza Marinho é um dos presos. Ele havia arrancado a tornozeleira eletrônica Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Jonathan de Souza Marinho é um dos presos. Ele havia arrancado a tornozeleira eletrônica Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Jonathan de Souza Marinho é um dos presos. Ele havia arrancado a tornozeleira eletrônica Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
A ação se concentrou no bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo. No local, as ruas foram interditadas com barricadas e os policiais foram recebidos a tiros.
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"Todas as ruas estão com barricadas no Jardim Catarina. Os criminosos tentam atrapalhar o trabalho da polícia", disse o delegado Márcio Mendonça.
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Nove mandados de prisão são contra traficantes que estão cumprindo pena no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Eles são suspeitos de dar ordens, de dentro da cadeia, para comparsas atuarem do lado de fora. Além da venda de drogas, o grupo praticava crimes como homicídios, latrocínio, tráfico de armas e munições e roubo de carga e veículos. 

O líder da quadrilha, segundo o delegado Márcio Mendonça, é Jardel Wanderson de Oliveira, conhecido como J. Ele é apontado como o autor do disparo que matou a dona do restaurante Guimas, na Gávea, Zona Sul do Rio, Maria Cristina Bittencourt Mascarenhas, em julho de 2014. 
As investigações para identificar o grupo duraram cerca de um ano.
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Grupo vendia carro roubado para comprar fuzil
"Nós identificamos a atuação dessas quadrilhas através de escuta telefônica. Durante o período de investigação a gente pegou o grupo negociando a venda de um carro de luxo, no valor de R$ 80 mil, para realizar a compra de um fuzil. Ou seja, eles compravam carros roubados e revendiam em sites de compra e venda", explicou o delegado Márcio Mendonça, titular da 44ª DP.
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A polícia também conseguiu identificar que alguém de dentro do Detran trabalhava a favor dos traficantes na clonagem de documentos e falsificação de placas para serem colocadas nos veículos que eram roubados, para revenda em sites de compra e venda.
Ainda segundo o delegado, foram apreendidos quatro celulares dentro das celas no Complexo de Gericinó. Para Marcio Mendonça, a existência de servidores corruptos facilitava a entrada de dinheiro e celulares nos presídios.

"A gente precisa enaltecer o trabalho da Seap, eles nos ajudaram muito nesse processo de investigações e de busca e apreensão.
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Infelizmente, ainda existem servidores que escolhem o lado errado e se corrompem. A gente conseguiu identificar alguns presos em Bangu que comandava o tráfico de drogas outros municípios como Rio Bonito, Maricá, Macaé e Araruama. Identificamos uma falha da Seap ao deixar entrar aparelhos nos presídios”.

Questionado pelo lucro da quadrilha, o delegado não soube precisar o quanto o grupo arrecadava. "Muitas coisas eram faladas pelo WhatsApp. Isso dificultou muito a investigação. Não sabemos a movimentação deles, infelizmente”.
Para a polícia, os traficantes Jardel Wanderson, conhecido como J, Leandro Pires dos Santos, o Peixe, Jamildo Rocha, o Jota, Matheus da Silva Assis, o Coquinho, Leandro Rabelo Gomes, o China, Luiz Gustavo dos Santos, o Gugu, Jorge Heleno Guilherme Dias, o Jorginho, Bruno Santiago de Souza e Rodrigo Bernardino Pacheco, o 2K se uniram na cadeia para realizar os crimes. Ainda segundo a polícia, cada criminoso tinha sua área de atuação.
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Durante as investigações a polícia conseguiu rastrear uma conversa entre Leandro Pires, o Peixe, e um comparsa que negociava a compra de munições.
Peixe - Oi filho, tá ouvindo?
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Comparsa - Tô
Peixe - Fala pro Nanico que eu to mandando levar aí pra ele, R$ 3.500 aí..Pra ele separar os 'negócios' que eu to mandando buscar aí agora, o menino tá indo buscar, aí.
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Em outra parte ele explica o número de munições negociada.
Peixe - Vai deixar lá na mão dele, R$ 3500. Vai pegar duas caixas de nove, duas caixas de 40 e 16 balas de doze (calibre 12)... Agradece ao nosso bom Deus, que eu consegui vender. Eu tô vendendo pro cara 40 caixas, então agita aí, agita aí, porque senão vocês ‘vai’ me atrasar. O cara ‘tá’ na Brasil já. 
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*Colaborou Beatriz Perez