os dois teriam aparecidos juntos. Não sei onde ele está nem quero saber. Ele pegou minha filha sem minha autorização. A minha vida acabou. Quero justiça, seja quem for. Tenho uma filha mais velha, de 9 anos, que mora na Paraíba com a avó; tenho outro filho de 4 anos, que não está comigo. Perdi um filho, de 2 anos, há três meses. Por isso, me mudei a casa onde morava, no Morro do Escondidinho, para a casa da minha mãe, nos Prazeres (ambos em Santa Teresa). Minha filha era uma menina sorridente. Ela tinha parado de estudar porque eu estava sem condições de levá-la para a escola. Estou desempregada, faço bico de apoio de limpeza e não estou com o pai dela. Agora não tenho mais ela. Minha vida acabou’
Luciana Evangelista, 24 anos, mãe de Estela, de 6
Tio de Estela é localizado por agentes do Aterro Presente
Principal suspeito do assassinato, Paulo Sérgio Evangelista dos Santos, tio de Estela, foi localizado, ontem, por agente do Aterro Presente. Ele foi levado para a 9ª DP (Catete), por volta das 21h e, após a confirmação da identidade, Paulo foi conduzido para a Delegacia de Homicídios da Capital para prestar depoimento.
A perícia preliminar do Instituto Médico Legal (IML) divulgou que Estela Evangelista de Oliveira, de 6 anos, foi morta por asfixia mecânica, com sinais de estrangulamento. O laudo definitivo ficará pronto em até 30 dias. O enterro está marcado para hoje, no Cemitério do Caju.
Ontem, por volta das 10h, parentes chegaram ao IML para fazer o reconhecimento do corpo. Por várias vezes, a mãe, Luciana Evangelista, de 24 anos, passou mal e precisou ser amparada, depois de sofrer um desmaio. Luciana está em estado de choque.
“A Estela não merecia morrer dessa forma. Não quero acreditar que ele (tio) seja capaz de tal ato”, disse Edileuza Evangelista, madrinha de Estela, antes de saber da prisão de Paulo. Nas redes sociais, Luciana Evangelista relatou que já havia perdido outro filho, Heron, há três meses, por complicações de uma pneumonia.
A família diz que Paulo era usuário de drogas. Eles disseram, ainda, ter recebido informações de testemunhas, que viram Paulo, pela última vez, na madrugada de quarta-feira, no Centro do Rio.
Em nota, a Polícia Militar informou que policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Prazeres foram acionados por moradores, que tinham encontrado o corpo de uma criança no alto do morro. Inicialmente o caso foi registrado na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), mas depois foi transferido para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). A Polícia Civil diz que as investigações estão em andamento.
Reportagem de Anderson Justino e Waleska Borges