Inauguração da Flybondi - Divulgação / RIOGaleão
Inauguração da FlybondiDivulgação / RIOGaleão
Por RAI AQUINO
Rio - Eram 12h40 desta sexta-feira quando o voo FO5901 da companhia aérea argentina Flybondi embarcava do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) com 105 dos 189 lugares ocupados. Dali se passaram três horas até o destino final, Buenos Aires. Era o voo inaugural da companhia, que chegou ao Brasil oferecendo uma tarifa para a capital argentina em torno de R$ 269 (R$ 410 com taxas) o trecho. A média do preço do trecho no país gira em torno de R$ 500 (com taxas), de acordo com o site de buscas Skyscanner.

Com a rota Rio-Buenos Aires inaugurada, a Flybondi se torna a quinta companhia aérea a operar o trecho sem escalas. Além dela, Latam, Gol, Aerolineas Argentinas e a Emirates voam direto entre os cerca de 2,5 mil km que separam as duas cidades. A empresa argentina chega ao mercado das áreas brasileiras para brigar por passageiros, prometendo um preço competitivo nas tarifas.

"Em quase dois anos de existência, já transportamos mais de 2 milhões de passageiros, sendo 400 mil destes viajando de avião pela primeira vez. Hoje somos a terceira maior companhia aérea da Argentina e estamos crescendo e oferecendo novos destinos com o melhor serviço e o menor preço", destacou o CEO da Flybondi, Sebastián Pereira, antes do voo inaugural da empresa no Galeão.
Companhia aérea oferece voo para Buenos Aires com preços mais baratos - Divulgação / RIOGaleão


Além da companhia argentina, outras três empresas low cost operam no Rio de Janeiro, mas com rotas diferentes. A chilena Sky Airlines tem cinco voos semanais entre Rio e Santiago, no Chile, com passagens a partir de R$ 400 mais taxas, desde novembro do ano passado. Já a norueguesa Norwegian opera quatro voos entre Rio e Londres toda semana com tarifas a partir de R$ 940 mais taxas, desde maio.

Redução de serviços

Em comum, as low costs reduzem a oferta de serviços, cobrando por pedidos adicionais. Geralmente elas não têm serviço de bordo (sendo oferecida a opção paga), cobram pela marcação de assento e para despachar bagagens, além de manterem a mínima estrutura operacional nos aeroportos.

"A Flybondi enxergou uma perspectiva nova há muito tempo: oferecer para brasileiros e argentinos a possibilidade de viajar pela primeira vez, possibilitando um passo inicial para tantas outras viagens que são a concretização de sonhos", elogiou o secretário estadual de Turismo, Otávio Leite, que participou da cerimônia do voo inaugural da companhia. Leite foi, inclusive, sorteado em uma ação da empresa no Galeão e ganhou duas passagens ida e volta da Floybondi para usar quando quiser.

Com cinco aeronaves Boeing 737-800 NG com 189 assentos cada em sua frota, além do Brasil e Argentina, a empresa opera voos no Paraguai, abrangendo 17 destinos e 26 rotas. A partir de dezembro, a companhia passa a ter o segundo trecho no Brasil, ligando Florianópolis a Buenos Aires.

Passagens a R$ 1

No último dia 2, a companhia argentina fez uma promoção para comemorar o início das operações no Brasil. Foram vendidas passagens tanto do Rio para Buenos Aires quanto o inverso a apenas R$ 1 mais taxas, o que sairia em torno de R$ 200 o trecho. O sucesso da campanha foi tanto que as cerca de 800 passagens promocionais foram vendidas em menos de três horas.

Nesta quinta, a empresa retomou a promoção do preço das passagens a R$ 1 (mais taxas), mas agora válida apenas para o trecho Rio-Buenos Aires. Também por causa da grande procura por passagens, a Flybondi anunciou nesta sexta que vai ter um quarto voo semanal saindo da capital fluminense rumo à capital argentina. Atualmente as saídas do Rio são aos domingos, quartas e sextas, com opções de volta nos mesmos dias.

"Apostamos em um projeto de longo prazo por uma presença regional cada vez maior e por isso seguiremos acrescentando novos destinos e oferecendo conectividade ao alcance de todos", completou Pereira.

Abertura do mercado

A entrada das companhias low costs no mercado brasileiro foi impulsionada, principalmente, a partir da mudança de regras da aviação civil que autorizou empresas com capital 100% estrangeiro a operar no país, em maio passado. A perspectiva é de que novas rotas incrementem os cerca de 3 mil voos diários chegando ou partindo do território nacional.

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), somente entre Rio e Buenos Aires são 41 voos semanais. A capital argentina está entre os destinos preferidos dos brasileiros junto de Nova York e Orlando, nos Estados Unidos.

No meio desse ‘boom’ das low coasts, no fim do ano, mais uma companhia de baixo custo começa a operar no Brasil e com rotas para um dos destinos preferidos pelos brasileiros nas férias: Chile. A chilena JetSmart já está vendendo passagens para Santiago, partindo de Salvador (a partir de dezembro) e Foz do Iguaçu (janeiro). Os preços vão de R$ 165 (Foz do Iguaçu) a R$ 263 (Salvador). Em março, ela estreia a rota Guarulhos-Santiago, cujas passagens ainda não estão a venda.

Essas empresas de baixo custo têm o respaldo do Ministério da Infraestrutura, que cuida do setor, para avançar no mercado brasileiro. Até 2025, a Secretaria Nacional de Aviação Civil, ligada ao ministério, quer aumentar de 130 para 200 cidades com voos regulares no país. Isso representa um acréscimo de 97 milhões de passageiros viajando em rotas que saem ou entram no país por ano. Atualmente são 103 milhões no período.

O ministério informa que "considera fundamental a entrada de low costs no mercado brasileiro para aumentar a concorrência, a disponibilidade de assentos e a ampliação de destinos".