Momento em que policial militar desce da viatura e atira contra veículo, atingindo dois ocupantes - Reprodução / RJTV
Momento em que policial militar desce da viatura e atira contra veículo, atingindo dois ocupantesReprodução / RJTV
Por O Dia

Rio - Um vídeo obtido pelo Ministério Público mostrou que um policial militar baleou duas pessoas, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, no dia 5 de julho. A imagem contradiz o depoimento do agente, que afirmou à Polícia Civil ter disparado durante uma troca de tiros.

As imagens, obtidas pela TV Globo, mostram o sargento Alexandre da Silva Gomes, lotado no Batalhão de Policiamento de Choque, descendo de uma viatura e realizando o disparo contra um carro branco. O tiro acertou uma passageira na perna e o motorista nas costas. Ambos se recuperam bem dos ferimentos.

No depoimento, o sargento afirmou que a viatura em que estava perseguia um carro preto por cerca de 1km e, em determinado momento, houve a troca de tiros. O carro branco das vítimas teria sido atingido nessa troca de tiros, ao ficar no meio da linha de fogo.

O vídeo, no entanto, mostra que não houve perseguição. A viatura somente para ao lado do carro que, sem perceber que se tratava de uma abordagem, continua seu trajeto. Nesse momento, o sargento desce do carro policial e faz o disparo. A viatura ainda estava com o giroscópio desligado. Toda a ação durou apenas três segundos.

Ao perceberem o que havia ocorrido, os policiais escoltaram os feridos até o Hospital Evandro Freire.

O sargento Alexandre da Silva Gomes foi afastado da função pública pela Justiça. O celular do sargento, inclusive, foi apreendido para evitar que combinasse a versão do depoimento com outros policiais.

A polícia ainda investiga um outro crime: além de atirar contra um carro com quatro pessoas inocentes, os policiais teriam ameaçado as vítimas.

"Uma testemunha disse que um dos PMs da guarnição teria dito: 'Acho melhor vocês deixarem essa história pra lá, para não nos prejudicar nem prejudicar vocês', e isso sem dúvida é uma ameça, podendo configurar também crime de coação no processo. Não é à toa que a investigação continua, houve busca e apreensão dos celulares", afirmou o promotor Sauvei Lai.

"Todos os PMs do Rio, a gente sabe, trabalham sob pressão, mas isso não permite que atuem na ilegalidade de irregularidade ou, pior, mintam em um inquérito", concluiu.

 

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