Rio - Milhares de católicos do Rio celebram, nesta quarta-feira, o dia de Santa Edwiges, a Padroeira dos Endividados e protetora das famílias. Em tempos de crise, mesmo quem não é devoto procura fazer uma prece à santa, seja para quitar as pendências financeiras ou até conseguir emprego.
O padre Silvino Caixeta, reitor do Santuário de Santa Edwiges, em São Cristóvão, na Zona Norte, devido à situação conturbada que o Rio vive, diz que tem percebido que muitas pessoas passaram a apelar para Santa Edwiges. "As pessoas têm muita fé e recorrem à santa para conseguirem pagar suas dívidas e arrumar emprego, e muita gente alcança essas graças", afirmou.
As celebrações em homenagem à santa começaram no dia 7, com novenas e missas às 7h e às 18h30. Em cada missa, um grupo foi escolhido para receber uma oração especial, entre eles os desempregados, os enfermos e as famílias. Hoje, os atos acontecem de hora em hora, a partir das 6h, com celebração realizada por diversos padres, inclusive de Belo Horizonte. Às 20h, o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, celebra a missa em homenagem a Santa Edwiges. O santuário fica na Rua Fonseca Teles 109, e terá almoço e festa após as eucaristias.
Devota da santa desde os 13 anos de idade, a aposentada Leila Maria Simas Leitão, de 66 anos, diz que Santa Edwiges esteve a seu lado nos momentos mais importantes de sua vida. Ela lembra que, quando se mudou para São Cristóvão, seus pais pediram que ela escolhesse uma paróquia para frequentar: "Sabe quando o coração toca, que você se sente bem, acolhida? Eu entrei no santuário e o coração abriu no mesmo instante. Tudo o que precisei, pedi para a santa. Aqui, celebrei meus 15, 18 e 21 anos, tudo foi vivido ao lado de Santa Edwiges".
Formada em assistência social e biblioteconomia, hoje Leila dedica sua vida ao Santuário de Santa Edwiges e é voluntária em todos as festivas que acontecem no local. "Hoje eu me dedico à igreja antes, durante e depois das festas, e eu dedico todo esse tempo com muito amor. Eu adoro me dedicar a ela, parte daquilo que tenho e daquilo que eu sou eu aprendi com a novena, é por isso que eu me doo tanto. Eu morei em São Paulo por quatro anos e foi como se tivessem tirado um pedaço de mim, eu passei a vir todo fim de semana, mas eu senti muita falta da minha vivência dentro da igreja".
Uma princesa que ajudava os carentes