Especialista diz que carvão ativado não basta para tratar água da Cedae
Professora defende que técnica já deveria ter sido adotado no Rio há mais tempo
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Rio - A Estação de Tratamento de Água de Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, começou a ser submetida nesta quinta-feira a uma etapa extra de filtragem de água, com a pulverização de carvão ativado no reservatório. O objetivo é reduzir a presença de geosmina - formada pela proliferação de algas, que deixa a água com cheiro e gosto de terra.
O carvão ativado já é usado regularmente em outros estados, de forma permanente, como São Paulo. Para Márcia Dezotti, especialista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o carvão já deveria ter sido adotado no estado há mais tempo. Mas ela ressalta que o produto deve melhorar momentaneamente a qualidade da água, sendo preciso investir em tratamento do esgoto.
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"O carvão não faz milagre, mas melhora a qualidade da água. Momentaneamente resolve, mas vai acontecer de novo", a professora avisa. "A Baixada não trata esgoto. O esgoto é lançado diretamente nos afluentes do Rio Guandu. A qualidade da água que chega à estação é muito ruim. A estação está sobrecarregada".
Desde o início do ano, a população fluminense reclama que a água fornecida pela Cedae está com gosto e cheiro de terra. Em alguns bairros, o produto sai turvo da torneira. Para resolver o problema, a companhia começou essa etapa extra de filtragem.