Preso por morte de PM é acompanhado pela Defensoria desde 2016 por suspeita de perseguição
Família tenta provar que Matheus Chamarelli não participou do confronto que resultou na morte de um sargento do Bope no Caju
Por Beatriz Perez e Renan Schuindt
Rio - O homem preso na última segunda-feira suspeito de ter participado da morte de um sargento do Bope no Caju no sábado (25) é atendido desde 2016 pela Defensoria Pública por indícios de que seja perseguido por policiais do 4º BPM (São Cristóvão).
Mais uma vez, a família tenta provar a inocência de Matheus Rabello Chamarelli, 25 anos. Entregador de comida por aplicativo, ele voltou da última entrega em Copacabana às 23h40, na noite do crime. Um extrato da empresa com estes dados será entregue pela Defensoria à Delegacia de Homicídios da Capital, responsável pelo caso.
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A troca de tiros que feriu gravemente o sargento Rostan Honorato da Silva, de 41 anos, teria sido por volta de 1h da manhã na Comunidade São Sebastião, no Caju, Zona Norte. "Pelo deslocamento, não daria tempo para ele ter se deslocado a tempo de ter envolvimento neste confronto", disse a defensoria.
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Matheus já havia sido preso por duas vezes pelo 4º BPM (São Cristóvão). Em ambas, foi absolvido pela Justiça. Em duas audiências de custódia ele foi julgado pela mesma juíza, que, na segunda vez, mandou oficiar a Corregedoria da Polícia Militar, conta a defensora. "Desde 2016, ele teve dois processos arquivados sem oferecimento de denúncia e quatro absolvições", explicou o órgão.
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Desta vez, Matheus teve uma prisão temporária de prisão por 30 dias e não passou por audiência de custódia. Ele estava na Cadeia Presídio José Frederico Marques nesta quarta-feira, quando a unidade foi atingida por um incêndio. Desesperada, a mãe do preso, acompanhada pela irmã de Matheus, gritava que o filho é inocente.
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Confira vídeo:
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Em meio ao incêndio na Cadeia Frederico Marques, mãe e irmã defendem inocência de suspeito de ter participado de morte de sargento do Bope no Caju.
Polícia chegou a Matheus por denúncia sobre cachorro
O caminho pelo qual a Polícia chegou ao motorista de entregas por aplicativo também chama a atenção da Defensoria. No dia seguinte ao confronto que feriu o sargento do Bope, Matheus foi alvo de uma denúncia porque seu pitbull estaria solto sem fucinheira. Na delegacia de São Cristóvão, ele foi reconhecido por um policial por ter participado do confronto que resultou na morte do PM. "Ele mora em uma vila (na Quinta do Caju) e nunca tinha tido problema com os vizinhos por causa do cachorro", segundo informou a Defensoria.
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Matheus foi preso em casa pela Delegacia de Homicídio da Capital (DHC) na manhã de segunda-feira. Além dele, um homem acusado de participação de uma morte em São Paulo foi capturado na ação. Ele não teve a identidade revelada.
O sargento Rostan foi baleado na quarta-feira da semana passada, durante uma operação na comunidade da Zona Portuária do Rio. Ele ficou internado no Hospital Central da PM, no Estácio, onde passou por uma cirurgia, até sábado, quando não resistiu aos ferimentos.
A Corregedoria da Polícia Militar não retornou à reportagem sobre a notificação recebida por indícios de perseguição pelo 4º BPM (São Cristóvão). Por meio da assessoria de imprensa, a PM apenas disse que as investigações sobre o caso estão a cargo da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). "Inclusive, a prisão (no último dia 27) foi realizada por agentes da especializada", diz a nota.
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Já a Polícia Civil não se manifestou e disse que os questionamentos da reportagem deveriam ser encaminhados à Polícia Militar.