Em entrevista nesta terça-feira, o advogado Paulo Emílio Catta Preta confirmou que a família suspeita da primeira versão dada pela Polícia Militar da Bahia, de que ele foi morto ao reagir e trocar tiros durante uma operação policial para prendê-lo.
Questionado se a defesa trabalha com a hipótese de execução, o advogado afirmou que "tem ganhado robustez essa suspeita".
O advogado afirmou também que não deseja fazer nenhuma "perícia clandestina", mas que é o desejo da família que haja um exame independente no corpo, feito com a presença de oficiais do Estado, cujo laudo permita confirmar ou não uma perícia oficial.
Catta Preta ainda voltou a relatar uma ligação que recebeu do próprio Adriano da Nóbrega em 4 de fevereiro, poucos dias antes de morrer, na qual o ex-PM relatou seu medo de ser assassinado pela polícia.
O advogado disse confiar nas autoridades estaduais e que por isso não considera, no momento, pedir a federalização das investigações em torno da morte do ex-PM.
O defensor acrescentou ainda considerar comentários feitos por políticos a respeito do caso como "contraproducentes"” para a defesa. Sobre a perícia independente em telefones de Adriano da Nóbrega, o advogado afirmou ser cedo para seguir essa linha.
Também nesta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro comentou o caso, e também disse ser necessária uma perícia independente no corpo de Adriano, que se encontra no Rio. Na semana passada, a Justiça fluminense proibiu que o corpo fosse cremado.
Logo em seguida à decisão proibindo a cremação, o pedido da defesa da família para realizar sua própria perícia no corpo foi encaminhado à Justiça do Rio. Mas, no momento, é preciso aguardar uma definição sobre se quem deve decidir o assunto é a Justiça da Bahia, informou Catta Preta.
Ex-capitão do Bope, Adriano da Nóbrega era investigado por diversos crimes, sob a suspeita de envolvimento com milícias e assassinatos por encomenda. Ele era procurado pela Polícia Civil do Rio. Ele também era procurado por suspeitas de envolvimento nas mortes da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.