Após polêmica com soldado youtuber, site da PM surge com imagem do coronel Ibis
Até as 18h, ao entrar na página da instituição, aparecia a imagem do coronel da reserva e ex-comandante Ibis Silva Pereira seguido da legenda 'Como entrar na favela da maré (sic) sem levar tiro'
Rio - O site da Polícia Militar do Rio de Janeiro foi hackeado, na tarde deste domingo (8). Até as 18h, ao entrar na página da instituição, aparecia a imagem do coronel da reserva e ex-comandante Ibis Silva Pereira seguido da legenda "Como entrar na favela da maré (sic) sem levar tiro". O grupo Kill index, composto pelos usuários R3CRUT4 e R4TIN, assumiu a autoria do ataque.
Entretanto, o conteúdo já foi retirado do ar. Mas, até a publicação desta reportagem, o site da PM estava fora do ar. Procurada pelo DIA, a polícia ainda não se manifestou sobre o ataque.
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A invasão ao site acontece quatro dias depois do soldado e youtuber Gabriel Monteiro ter o porte de arma suspenso e ser submetido a um processo administrativo disciplinar que pode resultar em sua expulsão da corporação. Segundo a Corregedoria da PM, Gabriel é acusado de ter cometido uma "transgressão disciplinar de natureza grave" após tratar Ibis Pereira "de forma desrespeitosa".
O ex-comandante geral da PM, que é reformado, trabalha na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). De acordo com o processo do qual Gabriel foi alvo internamente, na manhã do dia 23 de outubro do ano passado, o agente se passou por um estudante da PUC para conseguir falar com o coronel Ibis na Alerj.
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Na ocasião, segundo consta no processo, Ibis resolveu atender Gabriel fora de seu gabinete, pois o soldado alegou que estava de bermuda e não poderia entrar na assembleia. Quando o oficial se encontrou com o youtuber, percebeu que, na verdade, ele queria fazer um vídeo para seu canal, questionando algumas atitudes do ex-comandante.
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No vídeo, divulgado editado por Gabriel em seu canal, ele pergunta se existe alguma "broderagem" entre o coronel e traficantes do Comando Vermelho (CV) do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio.
"Como que o senhor, sendo um policial militar, ex-comandante da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, consegue entrar num local onde há conflito bélico, morte de inúmeros policiais militares, e nada acontece com o senhor?", o youtuber questionou, para ouvir do ex-comandante. "A gente precisa ter um certo nível de respeito entre a gente (...) acho que você está desrespeitando a minha biografia (...) do jeito que você está falando, você está tentando levantar suspeita contra a minha idoneidade", respondeu o coronel.