- Josué Damacena (IOC/Fiocruz) / DIVULGAÇÃO
Josué Damacena (IOC/Fiocruz) / DIVULGAÇÃO
Por RENAN SCHUINDT
Rio - A Apsen, farmacêutica fabricante da hidroxicloroquina, medicamento alvo de inúmeros áudios que circulam no Whatsapp, relacionados a uma possível cura para a doença causada pelo novo coronavírus, disse que não há comprovação da sua eficácia para a covid-19. A preocupação agora é com pacientes que de fato dependem do remédio, já em falta nas farmácias.

A empresa reconheceu que alguns pesquisadores têm obtido sucesso no combate ao vírus, por meio do remédio, mas alertou sobre o uso.

"Apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da covid-19. Portanto, não há recomendação da Anvisa e nem da Apsen, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus", diz uma.nota da empresa, compartilhada em suas redes sociais.

De acordo coma fabricante, milhares de pacientes que fazem uso crônico de hidroxicloroquina tem encontrado dificuldade para comprar os produtos nas farmácias e drogarias.

"Trabalharemos com os nossos parceiros (redes e distribuidores) no sentido de garantir a continuidade do tratamento para esses pacientes.
Recomendamos que apenas pacientes com prescrição médica comprem o produto e acompanharemos diariamente todas as novas informações sobre o assunto junto às autoridades da saúde pública", publicou a companhia.

A Apsen diz ainda que que não mede esforços na "antecipação da produção para que, comprovada a eficácia da molécula, ninguém deixe de ser beneficiado no tratamento".

O sulfato de hidroxicloroquina é uma molécula que foi desenvolvida para o tratamento da malária e tem sido usado há muitos anos para o tratamento da artrite reumatoide.

A corrida às farmácias brasileiras desencadeou ontem, após um pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, sobre a possibilidade de eficácia e fabricação em larga escala da hidroxicloroquina.

Como a matéria-prima do medicamento é importada, o aumento de produção dependeria de dois obstáculos: a capacidade produtiva dos fabricantes e a questão logística, já que há restrição de transporte aéreo em vários países.