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A fala do governador Wilson Witzel repercutiu negativamente entre autoridades médicas do estado. O Conselho de Medicina do Rio (Cremerj) manifestou apoio às medidas de isolamento social promovidas atualmente no estado. "Sabemos que a medida é amarga, que a economia está sofrendo, mas essa é a única forma de conter o avanço do vírus", garantiu a organização, em nota divulgada na internet.

Para Roberta França, médica geriatra e psiquiatra, sem remédios e vacinas desenvolvidas, a estratégia de ficar em casa, isolado, é a única arma que a população tem contra o vírus: "Não estamos dizendo que a questão econômica é menos importante que a saúde, mas o falido a gente recupera, os mortos, não".

Já o professor de Infectologia da UFRJ Edmilson Migowski acredita que o afrouxamento deve ser inteligente e deve estar diretamente associado à criação de novos leitos de UTI. Do contrário, segundo o especialista, essa estratégia atual de quarentena pode ter sido em vão.

De acordo com Witzel, sem ajuda financeira enviada pelo governo federal no valor de R$ 500 milhões seria impraticável manter a paralisação da economia no estado. O professor de finanças da Ibmec Gilberto Braga vê com temor a situação do Rio diante do que chama de queda de braços política. "Parece que ninguém está preocupado efetivamente com a situação da saúde ou da economia", questiona.

Segundo Braga, o setor industrial, que abastece a cidade, em sua maioria, deve ter capacidade produzida para suprir a demanda local por, ao menos, mais quinze dias. No caso do comércio, no entanto, com esse cenário de isolamento e ruas esvaziadas mantidas será imprescindível a ajuda financeira do governo.

Procurado, o Ministério da Saúde não se pronunciou até o fechamento desta matéria sobre a fala do governador do Rio, que definiu a mudança de tom no discurso da pasta como politicagem.

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