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O novo hospital de campanha também deve servir de base para ações do ensaio clínico Solidariedade (Solidarity), da Organização Mundial da Saúde (OMS), que será liderado no Brasil pela Fiocruz. O estudo tem orçamento de R$ 4 milhões e deve buscar um tratamento para a doença que, ao redor do mundo, já registra quase 600 mil diagnósticos e matou mais de 26 mil.

No estudo, a OMS é quem fornecerá os medicamentos para as testagens. As drogas que estão sendo consideradas, neste primeiro ensaio, são: cloroquina e hidroxocloroquina, usadas para tratar malária, lúpus e outras doenças; remdevir, lopinavir e ritonavir, além do interferon beta 1a.

O uso dos medicamentos como alternativa só será considerado nos casos de pacientes internados em estado grave e que consentirem seu uso, já que os medicamentos não têm eficiência comprovada no tratamento da Covid-19. A expectativa é testar 1.200 pacientes nos 18 centros de pesquisa espalhados por 12 estados.

Segundo Valdilea Veloso, diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, que participará do estudo, as drogas usadas ainda não têm nenhuma eficiência comprovada no combate ao novo coronavírus.

O uso da hidroxicloroquina também será feito em hospitais que não fazem parte dos ensaios. Isso porque, ontem, a Anvisa autorizou o uso do medicamento no tratamento de pacientes do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Apesar do avanço no uso do remédio em pesquisas, Valdilea Veloso alerta contra a automedicação com a hidroxicloroquina. Segundo a especialista, todos esses medicamentos têm efeitos colaterais, alguns deles podem provocar até a morte.

"A cloroquina pode alterar o coração e nós já vimos registradas vítimas fatais com esse tratamento. Nos Estados Unidos, recentemente, um senhor que estava se automedicando com a cloroquina morreu. Então, não compre a cloroquina, não use para esse fim. Apenas médicos podem avaliar o uso do remédio", orienta.

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