Eduardo Paes - Vanessa Ataliba / Parceiro/Agência o Dia
Eduardo PaesVanessa Ataliba / Parceiro/Agência o Dia
Por O Dia
Rio - O ex-prefeito Eduardo Paes se defendeu, em vídeo obtido pelo DIA, das acusações de corrupção passiva, fraude em licitação e falsidade ideológica, em processo movido pela Justiça Federal por suposto direcionamento na licitação para a construção do Complexo de Deodoro nas Olimpíadas de 2016. A 3ª Vara Federal aceitou a denúncia contra Paes, que é pré-candidato nas eleições municipais deste ano, e outras 26 pessoas nesta sexta-feira. 
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"Essa denúncia se baseia na delação do senhor Leo Pinheiro, então executivo da OAS. A única afirmação que esse cara faz é que eu teria pedido a ele que se associasse à empresa Queiroz Galvão para que ela pudesse participar dessa licitação para construir esse Complexo de Deodoro, já que ela (empresa) não tinha um certificado para construir estádios. Com isso, esse cara deduz que essa licitação já estaria dirigida para a Queiroz Galvão. Em nenhum momento esse Leo Pinheiro faz referência a qualquer ato da minha parte que pudesse justificar essa denúncia de corrupção. Ele não diz que eu pedi vantagem, valores ou qualquer coisa. A única coisa da delação, típica da cabeça de um criminoso que está preso e recebendo benefícios por isso, que em razão de um pedido que eu não fiz eu estaria buscando favorecer a Queiroz Galvão", diz Paes.
"Eu queria deixar aqui algumas perguntas. Se eu quisesse mesmo favorecer a Queiroz Galvão, por que a prefeitura iria justamente exigir um certificado que a empresa não tinha para poder entrar no processo licitatório? Segundo, por que surge uma denúncia de corrupção quando nem esse delator, condenado, faz qualquer referência a supostos benefícios, favores, valores que eu tenha recebido por essa obra? Terceiro: se nenhuma empresa participasse dessa licitação, a prefeitura poderia ter feito um processo emergencial, o município poderia escolher quem bem entendesse para fazer essa obra. Tem que se lembrar que essa obra não era responsabilidade do município, era inicialmente do governo federal, depois passou para o governo do estado e finalmente foi entregue à prefeitura com orçamento de R$ 2 bi, que reduzimos para R$ 750 mil ás vésperas dos Jogos Olímpicos. Se fosse a intenção beneficiar a Queiroz Galvão, poderíamos fazer obra emergencial e simplesmente entregar a obra para ela. Por que não se perguntou à suposta beneficiária da vantagem, qual foi o ato de corrupção que fizeram a meu favor, já que o delator não faz referência a nenhum ato de corrupção meu?"
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O ex-prefeito informou que esses atos "devem ser explicados ao longo do processo". "Esse ato me causa estranheza e indignação porque sempre surgem às vésperas de campanhas eleitorais. Eu quero reafirmar que confio no Judiciário e nas instituições brasileiras e não serão essas tentativas de politizarem suas funções que vão me inibir a participar da campanha eleitoral"

Segundo o MPF, o favorecimento ocorreu na licitação para a construção das arenas da área norte do complexo, ao custo de R$ 660 milhões, e um consórcio formado pelas construtoras Queiroz Galvão e OAS venceu a licitação. 
"Vou provar minha inocência e que sem a construção do Parque de Deodoro, nós não teríamos o mesmo sucesso com os Jogos Olímpicos. Basta olhar o noticiário".