"Me deixaram sem informação, isolado, como se fosse um bicho. Eu me esgoelo, grito, chamo as pessoas. Ninguém atende. Tenho dificuldade até para urinar", denunciou. Ele também alegou que teria passado 48 horas isolado no leito, sem nenhum tipo de atendimento - como limpeza ou troca de fraldas, por exemplo. Diabético, González foi internado no sábado (21); seu corpo foi cremado nesta quinta-feira.
Em nota, a Rede D’Or disse que abriu um inquérito administrativo para "apurar responsabilidades no atendimento e adotar as medidas cabíveis." O hospital afirmou que não compactua com atitudes como as que o paciente relatou. "O Hospital desde logo lamenta profundamente os transtornos causados e se solidariza com a família do paciente, colocando-se à disposição para o que se fizer necessário."
González era cônsul honorário do Suriname no Rio. Além disso, era capitão reformado do Exército. Tinha mulher e três filhos. A Barra da Tijuca é o bairro do Rio com o maior número de casos de coronavírus, segundo o balanço desta sexta-feira da Prefeitura. São 60, de um total de 431 na cidade.