No total, oito salas de aula do Sambódromo foram transformadas em dormitórios - Divulgação/SMASDH
No total, oito salas de aula do Sambódromo foram transformadas em dormitóriosDivulgação/SMASDH
Por Gabriel Sobreira

Chega hoje ao Sambódromo o primeiro grupo de pessoas em situação de rua que ficará em quartos adaptados durante o período de isolamento social da Covid-19. A Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH) utilizou oito salas de aula das três escolas municipais que funcionam sob as arquibancadas da Marquês de Sapucaí. O local poderá acolher até 400 pessoas.

"Equipes de abordagem da SMASDH estão fazendo a busca ativa pelas ruas da cidade, e haverá um espaço destinado somente para aquelas pessoas que apresentarem sintomas da Covid-19. Desde sexta-feira (dia 27) até hoje (ontem), a SMASDH já acolheu cerca de 250 moradores em situação de rua em seus abrigos", afirma a secretaria, por nota.

Abrangência

Para o ex-morador de rua e escritor Léo Motta, a abordagem poderia ser outra e com uma abrangência ainda maior e mais efetiva. "A minha sugestão é que abrissem escolas de Bangu, Realengo e Campo Grande. Porque esses três bairros aglomeram bem mais população de rua do que o Centro. Não adianta resolver o problema do Centro e Zona Sul e deixar o povo abandonado", avalia ele, que ontem, apoiado por parceiros, distribuiu quentinhas, água mineral e sabonetes para 300 pessoas em situação de rua.

"Aqui não sei o nome de todos, mas conheço a dor deles. O que mais precisamos é de quentinha pronta, sabonete, absorvente e água mineral. Peço a quem puder trazer, nem que seja um chinelo, que traga. Podem me procurar no WhatsApp (21) 97123-8914 ou no Instagram @leomottaescritor. Em época de pandemia, a invisibilidade aumenta. A população que já era afastada, se afastou mais ainda", afirma o escritor de 38 anos.

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