Por Letícia Moura*
Em meio à pandemia do coronavírus, algumas iniciativas podem ajudar no tratamento dos doentes e salvar vidas. O Ministério da Economia, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e dez grandes indústrias de diferentes atuações no mercado - entre elas, as montadoras General Motors (GM), Jaguar Land Rover, Honda e Renault - criaram uma força-tarefa para realizar a manutenção de respiradores mecânicos atualmente sem uso. Os equipamentos serão destinados, em seguida, para o tratamento de pacientes graves infectados com a Covid-19. Em todo Brasil, a estimativa é que cada ventilador recuperado poderá atender até dez pessoas.

De acordo com a LifesHub Analytics e a Associação Catarinense de Medicina (ACM), atualmente, mais de 3,6 mil ventiladores pulmonares estão fora de operação no Brasil, seja porque foram descartados ou porque precisam de manutenção. Conforme os dados da ACM, existem 65.235 desses equipamentos no país, sendo 17.837 na rede privada e 47.398 no Sistema Único de Saúde (SUS).

Até o último dia 25 de março, foram mapeados mais de 3.000 respiradores que não estão em operação, segundo levantamento da Associação Brasileira de Engenharia Clínica (Abeclin). O intuito é recuperar 100% dos aparelhos fazendo a logística de buscar nos hospitais, levar até uma fábrica mais próxima e consertar com a mão de obra técnica voluntária treinada pelo SENAI. Com o equipamento funcionando, ele retorna ao hospital de origem para ser usado no combate à Covid-19.

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump recorreu, semana passada, à Lei de Produção de Defesa, obrigar a GM a fabricar respiradores para atender pessoas contaminadas com o novo coronavírus.

Mais ventiladores pulmonares
Outra iniciativa do Senai é ampliar a oferta do número de ventiladores pulmonares. Para isso, um dos caminhos é aumentar a produção nacional. Segundo a entidade, já foram identificados dois fabricantes que manifestaram interesse em ampliar a produção, mas eles relatam empecilhos como a dificuldade na aquisição de componentes. No entanto, há uma iniciativa para fortalecer a cadeia de fornecedores e oferecer os componentes necessários. Outros fabricantes estão sendo procurados para aumentar a produção desses ventiladores no Brasil.
*Estagiária sob supervisão de Bete Nogueira