“As pessoas estão com medo de sair de suas casas. Muitos vinham até aqui e faziam as doações. Com essa questão do isolamento, a gente está sentindo falta dos doadores. O que a gente pede é que as pessoas não tenham medo, nossos idosos dependem muito dessas doações. Quem não puder trazer, iremos buscar” explica Helter Jeronymo Luiz Barcelos, presidente da instituição.
Os abraços, beijos e carinhos podem ser deixados pra depois. O momento é de solidariedade. Todos os idosos que vivem no Abrigo Cristo Redentor estão no grupo de risco para a Covid-19, muitos com problemas crônicos de saúde. No momento o que eles mais precisam são materiais de higiene pessoal, limpeza e alimentos não perecíveis, além de legumes e verduras.
Sem fins lucrativos, o Abrigo que completa 81 neste mês de abril, presta assistência social, moral e material a homens e mulheres a partir de 60 anos, encaminhados pela prefeitura de São Gonçalo ou pela Fundação Leão XIII. Eles recebem moradia, seis refeições por dia e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar composta por assistentes sociais, enfermeiras, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, médicos, nutricionistas e psicólogas. Alguns desses profissionais precisaram ser afastados por suspeitas de estarem infectados.
“Isso prejudicou demais. Sabemos das necessidades e que nossos hospedes não podem ter contato com as pessoas de fora, mas estamos sem dinheiro também”.
O investimento foi destinado para o Abrigo Cristo Redentor, em Bonsucesso, além do Rego Barros, em Conceição de Macabu; Protógenes Guimarães, em Araruama; e Oswaldo Aranha, em Barra do Piraí; Lar Bettel, em Duque de Caxias; e do Lar Mangueira, na Mangueira.
A instituição em São Gonçalo cuida de 36 idosos de responsabilidade da Fundação Leão XII. O atediamento é feito por um contrato tácito. A presidência do abrigo afirma que há três anos não recebe o repasse da Fundação. "A divida deles com a gente já ultrapassa R$ 1 milhão", diz.
"Buscando contribuir para contenção da propagação do Coronavírus no Brasil, adotamos várias medidas emergenciais, inclusive o regime de home-office para nosso time de colaboradores. Mas não podemos deixar de levar esperança para nossas crianças e adolescentes em tratamento. O câncer é a doença que mais mata de 01 a 19 anos no Brasil. Com o novo cenário, o contexto é ainda mais incerto para nossas crianças, que estão no grupo de risco. Agora, mais do que nunca precisamos da ajuda da população. Doem, vamos juntos vencer o coronavírus", solicita o superintendente do Instituto Ronald McDonald Francisco Neves.