Abrigo Cristo Redentor em São Gonçalo. Foto: Fabio Costa - Fabio Costa
Abrigo Cristo Redentor em São Gonçalo. Foto: Fabio CostaFabio Costa
Por Anderson Justino
Rio - Em meio as barreiras do isolamento social, por conta da pandemia do novo coronavírus, um apelo feito por 140 ‘velhinhos’ de uma casa de acolhimento em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio: “Fiquem em casa, mas não se esqueçam de nós!”. O pedido de socorro ocorre no momento em que as doações pararam de chegar ao asilo por conta da quarentena. O Abrigo Cristo Redentor, no bairro Estrela do Norte, conta com a solidariedade de colaboradores e empresários da cidade para que seus idosos não fiquem desamparados. Para driblar a crise, diante do momento ruim, a direção montou uma vaquinha virtual para arrecadar fundos. 

“As pessoas estão com medo de sair de suas casas. Muitos vinham até aqui e faziam as doações. Com essa questão do isolamento, a gente está sentindo falta dos doadores. O que a gente pede é que as pessoas não tenham medo, nossos idosos dependem muito dessas doações. Quem não puder trazer, iremos buscar” explica Helter Jeronymo Luiz Barcelos, presidente da instituição.

Os abraços, beijos e carinhos podem ser deixados pra depois. O momento é de solidariedade. Todos os idosos que vivem no Abrigo Cristo Redentor estão no grupo de risco para a Covid-19, muitos com problemas crônicos de saúde. No momento o que eles mais precisam são materiais de higiene pessoal, limpeza e alimentos não perecíveis, além de legumes e verduras.

Sem fins lucrativos, o Abrigo que completa 81 neste mês de abril, presta assistência social, moral e material a homens e mulheres a partir de 60 anos, encaminhados pela prefeitura de São Gonçalo ou pela Fundação Leão XIII. Eles recebem moradia, seis refeições por dia e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar composta por assistentes sociais, enfermeiras, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, médicos, nutricionistas e psicólogas. Alguns desses profissionais precisaram ser afastados por suspeitas de estarem infectados.
Para auxiliar nas despesas, colaboradores realizavam mensalmente um almoço para arrecadar fundos. Por conta das restrições de aglomerações, os eventos foram suspensos por tempo indeterminado.

“Isso prejudicou demais. Sabemos das necessidades e que nossos hospedes não podem ter contato com as pessoas de fora, mas estamos sem dinheiro também”.  
Publicidade
Para  ajudar o abrigo através da vaquinha virtual é so entrar no link: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-o-abrigo-ademir-nunes-correa
Sem repasse
Publicidade
O Abrigo Cristo Redentor está desde 2017 sem receber verba do Estado. No ano passado, o governador Wilson Witzel destinou R$ 11 milhões para instituições que cuidam de idosos e pessoas com deficiência, porém a verba não contemplou o Abrigo.

O investimento foi destinado para o Abrigo Cristo Redentor, em Bonsucesso, além do Rego Barros, em Conceição de Macabu; Protógenes Guimarães, em Araruama; e Oswaldo Aranha, em Barra do Piraí; Lar Bettel, em Duque de Caxias; e do Lar Mangueira, na Mangueira.

A instituição em São Gonçalo cuida de 36 idosos de responsabilidade da Fundação Leão XII. O atediamento é feito por um contrato tácito. A presidência do abrigo afirma que há três anos não recebe o repasse da Fundação. "A divida deles com a gente já ultrapassa R$ 1 milhão", diz.
Procuradas, a prefeitura de São Gonçalo e pela Fundação Leão XIII não se manifestaram até o fechamento da matéria. Já a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social disse que o abrigo não é de sua responsabilidade.
Publicidade
Ajuda no combate ao câncer
Devido ao contexto mundial da pandemia do novo Coronavírus, o Instituto Ronald McDonald lançou a campanha de Financiamento Coletivo “Vamos vencer juntos o Coronavírus”. O Objetivo da campanha é arrecadar fundos para ajudar no tratamento de crianças e adolescentes com câncer do Brasil. O link para doação é https://bit.ly/33I5cix.

"Buscando contribuir para contenção da propagação do Coronavírus no Brasil, adotamos várias medidas emergenciais, inclusive o regime de home-office para nosso time de colaboradores. Mas não podemos deixar de levar esperança para nossas crianças e adolescentes em tratamento. O câncer é a doença que mais mata de 01 a 19 anos no Brasil. Com o novo cenário, o contexto é ainda mais incerto para nossas crianças, que estão no grupo de risco. Agora, mais do que nunca precisamos da ajuda da população. Doem, vamos juntos vencer o coronavírus", solicita o superintendente do Instituto Ronald McDonald Francisco Neves.