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Na certidão de óbito, a causa da morte consta como indeterminada. Na despedida, o caixão precisa estar fechado e a recomendação é para cremação. Esse é o drama das famílias que perderam os seus parentes por suspeita de coronavírus. Como os testes são reduzidos, as vítimas morrem sem o resultado da Covid-19 ter saído ou mesmo sem terem sido feitos.

É o caso dos familiares da idosa Maria Luiza Santana do Nascimento, de 70 anos. Na noite de segunda-feira, ela morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Rocinha após passar seis dias internada. O teste da Covid-19 foi realizado e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) aguarda resultado. Se confirmado, essa será a primeira morte em uma comunidade do Rio.

"Ela fez o exame (para Covid-19), mas o falecimento aconteceu antes do resultado. Eles disseram que causa de morte 'indeterminada' na declaração de óbito daria agilidade para despachar o corpo. Não ficou esclarecido", disse Raquel Lobão, nora da idosa.

Por nota, a SMS informou que o exame foi enviado para laboratório oficial. O resultado sairá dentro de alguns dias. O resultado sairá dentro de alguns dias, segundo a própria SMS.

Também na segunda, o idoso Nazareno Rodrigues da Costa, 72 anos, morreu logo após ser transferido para o Hospital Fluminense, em Belford Roxo, por suspeita de coronavírus. Ele ficou quatro dias internado na UPA do município aguardando transferência.

A Secretaria de Estado de Saúde informou que o paciente apresentava quadro de pneumonia quando deu entrada na UPA. O teste da Covid-19 foi realizado e a pasta aguarda resultado.

IMPRECISÃO NO ATESTADO

No último sábado, Maria das Neves dos Santos, 65, veio a óbito no Hospital Ilha do Governador. A família reclama da imprecisão do atestado de óbito e que o teste da Covid-19 não foi realizado. "O caixão foi fechado por conta da suspeita e não pôde ter velório. Tivemos cinco minutos de despedida", lamentou o neto Mauricio Pingo.

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