O possibilidade de contágio pela Covid-19 preocupa pacientes renais crônicos, que pertencem ao grupo de risco, mas não podem cumprir o isolamento social devido às sessões de diálise, que ocorrem de três a cinco vezes na semana, em salas com até 40 pacientes. Pensando na saúde deles, a Aliança Brasileira de Apoio a Saúde Renal (Abrasrenal) protocolou ontem ofício junto ao Ministério da Saúde pedindo medidas de proteção aos doentes renais.
No documento, a Abrasrenal pede que sejam disponibilizados testes para os pacientes renais com suspeita da doença, alegando dificuldade de manter o funcionamento e sobrecarga das unidades de diálise, e que seja montado um serviço especial para concentrar os doentes renais com COVID-19, nos hospitais de campanha.
"Eles, além de serem imunologicamente suscetíveis, estão mais expostos ao vírus, pois precisam circular pela cidade para receber o tratamento de diálise. Se forem infectados, expõem os demais pacientes das clínicas de diálise", afirma Gilson Nascimento da Silva, diretor-geral da Aliança.
Em tratamento há 14 anos, Alexandre Leme, de 35 anos, teme contrair a Covid-19 e infectar outros pacientes. Isso porque realiza as sessões em ambiente fechado e os leitos ficam muito próximos. "Com o coronavírus, estamos desassistidos. A gente pega transporte coletivo e corre o risco de contrair a doença e levar para outros, e as clínicas não têm suporte para atender quem está com coronavírus. Estamos muito preocupados", desabafou.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) informou que recomenda internação de pessoas do grupo, com suspeita ou confirmação da doença, em ambulatórios de hemodiálise para controle das infecções. "Pacientes com febre e sintomas respiratórios devem ligar com antecedência para que um local apropriado seja preparado. Eles devem fazer uso de máscara", informou.
