Por RENAN SCHUINDT

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou ontem de manhã cinco mortos pela Covid-19 em comunidades carentes — cinco na Rocinha, na Zona Sul, e três em Manguinhos, na Zona Norte — e à tarde negou esses óbitos, alegando falha na atualização. O episódio reacendeu o alerta para o alto risco de contágio nas favelas, onde as condições de moradia são precárias. Líderes comunitários lutam para convencer os moradores a permanecer em casa, mas muitos insistem em voltar para as ruas, como ontem na Rocinha.

Segundo boletins das secretarias estadual e municipal de Saúde, foram seis mortos por Covid-19 em comunidades: dois na Rocinha, dois em Vigário Geral, um em Manguinhos e um na Maré, na Zona Norte.

A realidade é a mesma em pelo menos outras dez áreas onde o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é baixo. Juntos, esses bairros, formados em sua grande parte por favelas, já contabilizam 24 casos confirmados.

Especialista defende ampliação de políticas públicas
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Médico sanitarista, especialista em Medicina da Família e Comunidade e mestre em Saúde Pública pela Ensp/Fiocruz, Daniel Soranz acredita que o melhor caminho para se evitar a proliferação do coronavírus nas favelas seria a ampliação dos serviços de saúde.
Proteção e Vigilância
"É preciso identificar os casos por meio da ampliação de testes. Com isso, é possível mapear e, por consequência, bloquear a transmissão dentro dessas localidades. Os exames deveriam ser realizados em todos que apresentarem sintomas respiratórios e febre. E não somente em casos considerados graves. Quanto antes for detectado, melhor", diz.
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Unidades de referência
"O ideal é instalar pólos de atendimento específico para a covid-19 em cada umas dessas favelas. é necessário que elas tenham o seu próprio núcleo de tratamento. Isso impede que os infectados busquem cuidados médicos em outras regiões e acabem contaminando outras pessoas ou que sobrecarreguem as unidades. Quadras de escolas de samba, podem ser uma boa sugestão", conclui o especialista.
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