A baiana Juciara dos Santos está preparando seus acarajés em casa - Divulgação
A baiana Juciara dos Santos está preparando seus acarajés em casaDivulgação
Por André Arraes*

A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, criou o selo 'Baiana em Casa', com o intuito de apoiar as baianas de acarajé (da Associação das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares do Rio de Janeiro), a venderem seus quitutes por telefone e pela internet, entregando diretamente na casa dos clientes. O projeto já está gerando resultados. Rosa Perdigão, coordenadora da Associação das Baianas e vice-presidente do Conselho Municipal de Cultura, conta que sentiu as vendas caírem com o início do isolamento social. A opção de entrega fez com que revertesse esse quadro. Outras dez baianas também passaram a oferecer o serviço em bairros como Marechal Hermes, Barra e Realengo.

É o caso de Juciara dos Santos, uma tradicional baiana de acarajé, nascida e criada na Bahia. Ela aprendeu o ofício aos 9 anos, com a ajuda de uma vizinha. Depois de adulta, se mudou para o Rio trabalhar e, há mais de dez anos, vende a iguaria na barraca 'Juju do Acarajé', em Marechal Hermes, Zona Norte da capital. Ela conta que fazer e vender o quitute em casa se tornou uma forma de não ficar no prejuízo durante este período.

"Eu fiquei umas três semanas sem trabalhar, e o acarajé é a minha única fonte de renda. Estava passando dificuldades. O delivery ajudou bastante e está dando para sobreviver. A procura diminuiu, eu chegava a vender até 400 em um dia. Agora caiu para em torno de 100, mas é melhor do que nada. O importante é que não estou parada, estou distraindo minha mente fazendo algo que eu amo".

O selo 'Baiana em Casa' tem como objetivo atestar a qualidade das quituteiras e dar visibilidade ao ofício, que é reconhecido como bem cultural de natureza imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

 * Estagiário sob supervisão de Waleska Borges

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