Alunos e professores da rede estadual de ensino do Rio têm enfrentado dificuldades para utilizar a plataforma digital adotada pela Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) e pela Secretaria e Ciência e Tecnologia, que gere as Faetecs, durante a suspensão das aulas presenciais por conta da pandemia de Covid-19. Os problemas vão desde a dificuldade de acessar o Google Classroom até a falta de internet e aparelhos para assistir às aulas. Uma professora que preferiu não se identificar conta que nos primeiros dias de uso, alguns professores não conseguiram acessar a plataforma e tinham dificuldades em entender o funcionamento, já que não passaram por treinamento para utilizar a ferramenta.
Entretanto, ela afirma que a maior aflição se dá pelos empecilhos que não deixam os alunos desfrutarem do conteúdo disponibilizado online. A profissional relata que na segunda semana de uso do Google Classroom, apenas 17 alunos, entre suas três turmas com estudantes de até 33 anos, acessaram ao material online. Ao questionar a ausência dos estudantes, o diretor da unidade teria dito que eles não acessaram por que não quiseram, mas ela descobriu que alguns deles não conseguiram baixar o programa, não tinham internet ou dividiam o aparelho com outros familiares, que também estão tendo aulas online, e outros deles sequer têm aparelhos para acessar as aulas.
A dificuldade também está presente na rotina dos alunos que conseguem usar a ferramenta, porque muitas famílias ainda não sabem como lidar com a nova metodologia. “Durante a minha aula, o aluno não conseguia se concentrar porque a mãe chamava, o irmãozinho gritava. As famílias não sabem lidar com esse novo método, não houve uma preparação de alunos e professores. Muitos (estudantes) têm vergonha de abrir câmera para eu não ver onde e como moram, outros não abrem os microfones para conversarmos por vergonha.”
A professora defende a ideia de manter contato com suas turmas durante a pandemia, para que eles não fiquem ociosos enquanto as aulas presenciais não forem retomadas. Entretanto, ela acredita que o material virtual não deva ser contabilizado como dia letivo, devido à desigualdade. “Muitos estão sendo excluídos neste processo, onde ficam os direitos de todos à educação, e os alunos especiais? Sem falar do material que será entregue aos alunos, que material é este? Não foi produzido por mim, não está alinhado às minhas aulas e não terá nenhum apoio para sanar suas dúvidas e dificuldades. Mas uma vez está sendo furtado deste aluno o direito à inclusão social”, lamentou a professora.
A nova metodologia tem preocupado Suellen Santos, de 32 anos, aluna da Educação de Jovens e Adultos da Escola Estadual Zumbi dos Palmares, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que já tem exercícios valendo pontuação, mas ainda não conseguiu acessar o conteúdo. “Estou tendo dificuldade para acessar esse sistema, eles pedem um e-mail que não entra, uma senha que também não recebi. Alguns professores já passaram matéria valendo ponto e eu estou perdendo aula todos esses dias.”
A estudante conta ainda que precisa dividir o celular com a companheira, que também é estudante, mas nenhuma das duas conseguiu entrar na plataforma. Ela diz que quando pediu ajuda para um dos coordenadores da unidade, foi ignorada. “A minha companheira não tem celular, está tendo que usar o meu, mas não estamos conseguindo. Eu cheguei a mandar mensagem para o coordenador, e ele disse que eu tinha que ter a senha e e-mail da turma para entrar, eu disse que não tinha e ele parou de me responder”, desabafou Suellen.
Em nota, a Seeduc disse que desde o início do processo para a ambientação na Plataforma Google Classroom, no último dia 30, disponibilizou um tutorial com as orientações necessárias para os alunos da rede. “Além disso, para que os professores, bem como os demais servidores da rede estadual de ensino, pudessem receber mais ferramentas e prestar orientações aos alunos, foi promovido o ‘Meeting da Jornada da Educação On-line Rio de Janeiro’, transmitido pelo Youtube”, continua a nota. O evento foi realizado para apresentar as estratégias que compõem a proposta de formação desenvolvida pela Seeduc, sugerir e estimular os possíveis usos das principais interfaces digitais.
Entretanto, ela afirma que a maior aflição se dá pelos empecilhos que não deixam os alunos desfrutarem do conteúdo disponibilizado online. A profissional relata que na segunda semana de uso do Google Classroom, apenas 17 alunos, entre suas três turmas com estudantes de até 33 anos, acessaram ao material online. Ao questionar a ausência dos estudantes, o diretor da unidade teria dito que eles não acessaram por que não quiseram, mas ela descobriu que alguns deles não conseguiram baixar o programa, não tinham internet ou dividiam o aparelho com outros familiares, que também estão tendo aulas online, e outros deles sequer têm aparelhos para acessar as aulas.
A dificuldade também está presente na rotina dos alunos que conseguem usar a ferramenta, porque muitas famílias ainda não sabem como lidar com a nova metodologia. “Durante a minha aula, o aluno não conseguia se concentrar porque a mãe chamava, o irmãozinho gritava. As famílias não sabem lidar com esse novo método, não houve uma preparação de alunos e professores. Muitos (estudantes) têm vergonha de abrir câmera para eu não ver onde e como moram, outros não abrem os microfones para conversarmos por vergonha.”
A professora defende a ideia de manter contato com suas turmas durante a pandemia, para que eles não fiquem ociosos enquanto as aulas presenciais não forem retomadas. Entretanto, ela acredita que o material virtual não deva ser contabilizado como dia letivo, devido à desigualdade. “Muitos estão sendo excluídos neste processo, onde ficam os direitos de todos à educação, e os alunos especiais? Sem falar do material que será entregue aos alunos, que material é este? Não foi produzido por mim, não está alinhado às minhas aulas e não terá nenhum apoio para sanar suas dúvidas e dificuldades. Mas uma vez está sendo furtado deste aluno o direito à inclusão social”, lamentou a professora.
A nova metodologia tem preocupado Suellen Santos, de 32 anos, aluna da Educação de Jovens e Adultos da Escola Estadual Zumbi dos Palmares, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que já tem exercícios valendo pontuação, mas ainda não conseguiu acessar o conteúdo. “Estou tendo dificuldade para acessar esse sistema, eles pedem um e-mail que não entra, uma senha que também não recebi. Alguns professores já passaram matéria valendo ponto e eu estou perdendo aula todos esses dias.”
A estudante conta ainda que precisa dividir o celular com a companheira, que também é estudante, mas nenhuma das duas conseguiu entrar na plataforma. Ela diz que quando pediu ajuda para um dos coordenadores da unidade, foi ignorada. “A minha companheira não tem celular, está tendo que usar o meu, mas não estamos conseguindo. Eu cheguei a mandar mensagem para o coordenador, e ele disse que eu tinha que ter a senha e e-mail da turma para entrar, eu disse que não tinha e ele parou de me responder”, desabafou Suellen.
Em nota, a Seeduc disse que desde o início do processo para a ambientação na Plataforma Google Classroom, no último dia 30, disponibilizou um tutorial com as orientações necessárias para os alunos da rede. “Além disso, para que os professores, bem como os demais servidores da rede estadual de ensino, pudessem receber mais ferramentas e prestar orientações aos alunos, foi promovido o ‘Meeting da Jornada da Educação On-line Rio de Janeiro’, transmitido pelo Youtube”, continua a nota. O evento foi realizado para apresentar as estratégias que compõem a proposta de formação desenvolvida pela Seeduc, sugerir e estimular os possíveis usos das principais interfaces digitais.
Estagiária sob supervisão de Martha Imenes