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Na fila desde as 19h da última terça-feira, o pedreiro Raimundo Nonato de Souza, de 56 anos, finalmente conseguiu regularizar seu CPF na unidade da Receita Federal de Madureira, na Zona Norte, por volta das 11h30 de ontem. Vivendo de 'bicos', ele passou a noite na fila com as mãos ainda sujas de um trabalho recente, dormiu em caixas de papelão e usou a própria mochila como travesseiro, para garantir o atendimento. A pouca comida que tinha - uma penca de bananas, pães e dois sucos - ainda foi dividida com outras pessoas.

A força do pedreiro comoveu diversas pessoas que se mobilizaram para entregar café e lanches para ele e para quem também estava na fila. Pai de cinco filhos, dois deles já graduados e uma cursando medicina, o maranhense ainda recebeu uma proposta de emprego de uma empresária que se emocionou com sua história.

A dona de casa Rosangela Gonçalves, de 58, também madrugou. Ela relatou que ficou impressionada com a atitude de um homem que vendeu dois lugares na fila por R$ 200.

"A gente fica em pé horas na fila, para uma pessoa ter coragem de fazer uma coisa dessa, na situação em que estamos vivendo. Eu tenho artrose nas duas pernas e mesmo assim fiquei esperando minha vez".

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