Juliana Sucupira  se surpreendeu com tantas mensagens carinhosas dos vizinhos - fotos Gilvan de Souza
Juliana Sucupira se surpreendeu com tantas mensagens carinhosas dos vizinhosfotos Gilvan de Souza
Por ANA CARLA GOMES
Todos os dias, às 18h, Juliana Sucupira, de 46 anos, tem um compromisso na janela de seu apartamento, na Gávea. A cantora lírica escolhe uma música e solta a voz para levar um pouco de leveza aos seus vizinhos em tempos tão difíceis por conta do isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus. Os aplausos são constantes, e seu gesto tem feito bem a tanta gente que Juliana tem se surpreendido com a quantidade de mensagens de pessoas agradecidas pela sua iniciativa.
“Minha vida já é ser cantora profissional. Num domingo, dia 22 de março, estava sentada no sofá quando ouvi o sino da igreja tocando. Fui para a janela e comecei a cantar ‘Ave Maria’. Comecei cantando baixinho, rezando mesmo. Até que uma vizinha me pediu para eu cantar mais alto”, recorda Juliana.
Assim começou a tradição de seus cantos às 18h, que têm tornado mais agradáveis os fins de tarde de seus vizinhos. A reação surpreendeu Juliana, que já recebeu mensagens de agradecimentos, como da atriz Cissa Guimarães, vizinha Juliana Sucupira, na janela do seu apartamento (no detalhe): feliz com o carinho dos vizinhos no bairro, e chocolates. “O seu canto tão profundo e verdadeiro está imprimindo na nossa alma uma história sem fim”, era a mensagem de um cartão deixado na Páscoa no prédio de Juliana.
“Também sinto medo. Sou do grupo de risco porque tive câncer há quatro anos. Mas é uma troca feliz. São três minutinhos diários. Esse compromisso me move e me faz bem também. Ganhei uma missão durante esse período”, conta Juliana.
Na segunda-feira, no mesmo horário, Juliana fez uma linda homenagem ao cantor Moraes Moreira, seu vizinho no bairro, que morreu na madrugada, em casa.

A cantora diz que a homenagem a Moraes Moreira foi pela sua carreira, mas também pelo vizinho querido que ele era. “Ele era muito extrovertido. Quando nos víamos, falava: ‘Oi, família’. Era um querido, um músico maravilhoso e também um vizinho muito legal”, elogia.
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