A Seop fez fiscalização em bairros da Zona Oeste no fim de semana
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A Seop fez fiscalização em bairros da Zona Oeste no fim de semana Seop / Divulgação
Por Danillo Pedrosa

Os burburinhos de casos de coronavírus começam a se aproximar de todos, e a ameaça está cada vez mais perto de casa. Na periferia da Zona Oeste, onde mais se desrespeita a quarentena, a circulação de pessoas continua intensa mesmo com o aumento do número de casos, para desespero de quem mais se preocupa.

Em áreas nobres como a orla da Barra, a situação também gera apreensão. Nos finais de semana de sol, o que se vê é o calçadão cheio de pessoas se exercitando.

A Zona Oeste, que lidera o número de denúncias de aglomerações na capital, viu o número de casos de Covid-19 disparar nos últimos dias. Já são 673 infectados, mas as ruas continuam cheias. O sentimento de muitos é de que uma tragédia anunciada está por vir.

Lançado há duas semanas, o 'Disk Aglomeração' realizou, até anteontem, 2.260 atendimentos. Os bairros com mais chamados foram: Campo Grande, Realengo, Bangu, Centro, Santa Cruz, Tijuca, Copacabana, Taquara, Barra da Tijuca e Madureira. Ou seja, seis dos mais demandados estão na Zona Oeste.

Uma moradora de Campo Grande, que prefere não se identificar, depois de sofrer com a morte de uma amiga por coronavírus, percebe que a vizinhança não tem tomado os devidos cuidados. Já são 64 casos e 9 mortes registradas no bairro, e o movimento nas ruas continua intenso.

"Observo uma boa parcela das pessoas vivendo a vida normalmente. Frequentando bares e demais estabelecimentos como se nada houvesse, não considerando a seriedade da questão na sua dimensão real. Ou indo a mercados, farmácias etc numa frequência além do normal. Isolamento não é algo muito comum para o carioca e dá pra perceber o desespero das pessoas", analisou a moradora de Campo Grande.

Em quarentena desde o início da pandemia, ela revela que vai redobrar a atenção após o falecimento da amiga.

"É uma situação onde não se pode velar ou se despedir. Já não bastasse a morte ser um evento nada agradável, nessas circunstâncias, nem se fala. Meus cuidados já são muitos, agora é reforçar mais ainda e aguardar o fim desse ciclo", disse.

Bem perto do bairro mais populoso do Rio de Janeiro, a vizinhança também está assustada com a ameaça do coronavírus. Em Santíssimo, a costureira Maria José intensificou a quarentena depois que uma vizinha morreu com suspeita de Covid-19.

"Estou com bastante medo. Vou na rua assustada e me afastando de todo mundo, ainda mais depois da morte de uma vizinha com suspeita de coronavírus", explicou.

Localizado entre Bangu e Campo Grande, o bairro já registrou 11 casos da doença e tem uma morte confirmada. Ontem, Maria soube de mais um caso suspeito na sua rua, mas o movimento de moradores continua grande.

"Tem muita gente saindo na rua sem necessidade, e poucos usam máscara", alerta.

 

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