Em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) viu as demandas de violência doméstica, preocupação dos familiares com os presos e falta d'água crescerem. Em menos de um mês, a instituição atendeu a mais de 17 mil cidadãos, desde o início do trabalho remoto.
Como estão suspensas as visitações em presídios, há receio dos familiares dos presos pela falta de contato e também sobre a necessidade do fornecimento de alimentos. "Há um volume enorme de demandas, e é um dos maiores atendimentos (sobre presos)", disse a 2ª subdefensora pública-geral do Estado do Rio, Paloma Lamego.
Outra demanda frequente neste período é a de falta d'água, problema recorrente e que se agravou no último mês. "Há problemas que conseguimos resolver amigavelmente, mas outros estamos mapeando para exigir e buscar a solução. A água chega poucas vezes na semana em alguns endereços", explica Lamego.
Também houve um aumento na procura à DPRJ por conta de casos de violência doméstica: "Esbarramos com uma situação delicada, com a dificuldade de abrigamento dessas mulheres em um período como este. Mas existe uma articulação para isso funcionar com outras esferas da Justiça", garante a subdefensora. Há, ainda, demandas de conflitos familiares, como a dificuldade de contato com o filho para quem não está com a guarda, além do recebimento de apoio financeiro para o filho.
No caso de atendimento a pessoas em situação de rua, transexuais e travestis, a Defensoria atua para localizar abrigos que possam receber essas pessoas.