Na manhã desta sexta-feira, o Ministério Público Federal, com o apoio da Polícia Federal, cumpriu os mandados de busca e apreensão expedidos pelo STJ. A investigação apura a venda de decisões judiciais no TJRJ em benefício de empresas de ônibus que atuam no estado do Rio de Janeiro.
A decisão judicial, que autorizou as medidas, destacou o vasto conjunto de provas apresentado pela Procuradoria-Geral da República. Elenca, entre elas, transcrições de diálogos, documentos, comprovantes de transações financeiras suspeitas, exteriorização de riqueza incompatível com a renda e ocultação de patrimônio. Essas provas, de acordo com o STJ, justificam as medidas cautelares contra o desembargador, no intuito de resguardar a imagem da Corte de Justiça Fluminense e, sobretudo, assegurar à população que se está estancando uma frente de corrupção.
Com apoio de cooperação jurídica internacional, foram encontrados indícios de evasão de divisas e lavagem de dinheiro em montante estimado de US$ 2,3 milhões – que convertido pela taxa de câmbio oficial atual alcançaria o patamar de R$ 9,2 milhões. Para ocultar as vantagens indevidas, o desembargador e seus familiares compraram imóveis, abriram contas em nome de offshores nos Estados Unidos e adquiriram diversos artigos de luxo por meio de pagamento em espécie.