Marcas que estão produzindo máscaras para doação. Máscaras da marca Tenho Q Ter - Divulgação
Marcas que estão produzindo máscaras para doação. Máscaras da marca Tenho Q TerDivulgação
Por ANA CARLA GOMES

Danuze Miranda, criadora do ateliê Tenho Q Ter, na Ilha do Governador, relata as dúvidas dela e de sua equipe ao pensarem o que poderiam fazer diante da pandemia do novo coronavírus: "Não temos força para produzir muito. Fazer ou não fazer? É pouco, é muito?". O resultado, ela conta, foi ouvir o coração e encarar o desafio de reaproveitar os tecidos que já tinha em sua fábrica para produzir máscaras para doação nestes tempos tão difíceis. Assim como ela, outras marcas, em pequenas ou maiores quantidades, seguiram o mesmo caminho, usando sua produção para ajudar a quem precisa combater e se proteger da Covid-19.

"A ideia surgiu principalmente pelas costureiras. Tenho um grupo autônomo delas. Elas amam trabalhar . E como que eu ia deixá-las sem costuras? Em dois dias elas já estavam me cobrando serviço. Daí eu mesma comecei a cortar e a dar para elas fecharem. Comecei a procurar lugares, doei para asilo, para funcionários de supermercados e farmácia. Agora estou em contato com uma cliente nossa que é da área da saúde e me pediu 400 unidades para doação", conta Danuze, que fica sozinha na fábrica cortando os moldes e leva os tecidos para as costureiras. Ela contabiliza mais de 600 máscaras produzidas.

Fundadora e diretora criativa da Aleny, marca de moda praia, Alê Silva também resolveu utilizar os tecidos das suas coleções para produzir máscaras. "A ideia surgiu a partir da vontade de fazer algo pela coletividade e ajudar o próximo. Resolvemos fazer a nossa parte, frente a uma escassez aguda pela falta de máscaras, principalmente aos mais vulneráveis. Começamos a partir do anúncio do ministro Mandetta (que deixou o cargo na semana passada) sobre a indicação do uso de máscaras de tecido para os assintomáticos, como forma de prevenção no dia dia", diz Alê.

Ela contabiliza mais de 300 máscaras produzidas. "Não temos uma megaprodução, somos uma empresa pequena. Mas, de pouquinho em pouquinho e com muito amor, estamos conseguindo ajudar", completa.

Doação também virou lema no Grupo S2, das marcas Cantão, Redley e Kenner. Na fábrica das sandálias Kenner, em Campina Grande (PB), estão sendo produzidas 50 mil máscaras hospitalares para doação, contando com funcionários voluntários. Diretora de marketing do Grupo S2, Renata Simon conta que foi gratificante ver o empenho dos funcionários para que a ideia fosse executada e também a parceria de fornecedores que se aliaram à iniciativa.

A Osklen também abraçou a causa e anunciou a doação de 50 mil máscaras e 9 mil jalecos para profissionais que estão na linha de frente no combate à Covid-19 no Rio. A marca firmou parceria com o Instituto Alpargatas e iniciou a produção na fábrica em Bonsucesso. A Osklen divulgou que o local foi totalmente adaptado e remodelado para seguir as recomendações de higiene e distanciamento social.

Já a marca Aramis, de vestuário masculino, vai doar 10 mil máscaras feitas a partir do reaproveitamento de tecidos. As peças estão sendo produzidas pela Lisfaty, fornecedora em Santa Catarina, com o engajamento de 20 costureiras. As máscaras serão distribuídas em abrigos e asilos, através da Liga Solidária, Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos.

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