Rodolfo Rosa, sócio em loja de material de construção, elogia a interação no grupo de pais - Ricardo Cassiano/Agencia O Dia
Rodolfo Rosa, sócio em loja de material de construção, elogia a interação no grupo de paisRicardo Cassiano/Agencia O Dia
Por ANA CARLA GOMES

A ideia surgiu com a cirurgiã-dentista Roberta Gil da Costa, de 41 anos, em conversa com amigas e acabou tomando uma proporção que ela nem imaginava. Como numa espécie de classificados dos tempos modernos, foi criado um grupo no Whatsapp de pais de alunos do Colégio Recanto, no Recreio, para que cada um pudesse divulgar seus negócios e serviços nesses tempos de pandemia do novo coronavírus.

"A ideia surgiu após conversar com várias amigas (empresárias,comerciantes e profissionais liberais), que estavam desesperadas por não saber como fariam para manter os filhos na escola. Com a situação atual, estavam sem suas fontes de renda. Algumas consegui ajudar diretamente comprando seus produtos, mas percebi que não seria suficiente", conta Roberta, que no momento não está trabalhando.

Daí, surgiu a ideia do grupo: "A receptividade foi imediata. Pedi que compartilhassem com outros pais e logo no primeiro dia lotou. Muitos pais têm agradecido porque só tiveram como opção para seus negócios o sistema delivery e, com a divulgação no grupo, conseguiram aumentar as vendas, especialmente na Páscoa".

Entre os 250 participantes do grupo, está a microempresária Gláucia Almeida, de 43 anos, que passou a indicar os serviços que conheceu para outras amigas: "Adorei a iniciativa da Roberta. Nesses tempos, a ideia de um apoiar o outro é ótima e, assim, fortalecemos nossa comunidade escolar. Indiquei alguns serviços para amigas e vizinhas que não estão no grupo e todas ficaram satisfeitas com os produtos entregues. Dessa forma, a rede de apoio só aumenta".

Para participar, é preciso ter filhos estudando no Colégio Recanto, postar apenas das 8h às 22h, com limite de três fotos por postagens e não divulgar correntes, memes e vídeos de qualquer assunto não relacionado ao grupo. Negociações devem feitas somente em conversas particulares do aplicativo.

A dentista Luciane Baptista, de 52 anos, dona da Padaria A Lisboeta, no Recreio, conta que o movimento no seu negócio caiu 90% com a pandemia e foi preciso investir nas entregas para não fechar as portas. "Achei a iniciativa da Roberta maravilhosa. No colégio, já existem vários grupos de amizade, mas essa visão de ajuda e compartilhamento foi incrível. Minha filha está no sétimo ano e estuda lá desde o pré-1, mas eu não tinha o conhecimento de tantos comerciantes lá", diz Luciane, que está com o consultório fechado.

Rodolfo Rosa, de 52 anos, um dos sócios das lojas de material de construção City Lar, na Barra e no Recreio, viu o perfil do seu cliente mudar completamente com a pandemia. "Agora são clientes com necessidades de urgências ou com adequações para ficar em casa", conta. Ele lembra que precisou interromper o funcionamento do negócio em março, já que o seu segmento sofreu um impasse sobre a abertura ou não durante esse período. "Esse grupo de pais é muito interessante por estimular os pequenos negócios, ajudar para que as pessoas conheçam comércios e outras pessoas que estão perto e que não conheciam. É uma interação social, uma troca de gentilezas", opina.

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